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Quarta - 02 de Junho de 2010 às 01:30
Por: Jean Campos

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O presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Evandro Stábile, que ficará fora do Pleno durante suas férias
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Evandro Stábile, que ficará fora do Pleno durante suas férias

Em meio ao desgaste de sua imagem, associada a denúncias de participação em suposto esquema de venda de sentenças, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE), desembargador Evandro Stábile, teve deferido o pedido de férias de 30 dias. De primeiro a 30 de junho, ele ficará afastado de suas funções no TRE e no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, do qual é membro do Pleno e atua na 3ª Câmara Cível.

Evandro Stábile teve o pedido de férias deferido pelo presidente do TJ, desembargador José Silvério Gomes, no mesmo dia em que apresentou o requerimento. O documento, que foi apresentando anteontem, deve ser publicado no Diário de Justiça de hoje.

O desembargador Rui Ramos, vice-presidente, deve presidir a próxima sessão do TRE. Na terça-feira, os membros do pleno irão decidir se vão se afastar dos cargos coletivamente ou se apenas Evandro Stábile e o juiz Eduardo Jacob – também citado no suposto esquema de venda de sentenças - devem ficar longe do Tribunal. Os pedidos de afastamento dos envolvidos foram reforçados pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).

Caso ocorra a saída de todos os membros do TRE, o processo eleitoral passará por prejuízos inevitáveis, principalmente devido à necessidade de realização de uma nova eleição para o preenchimento dos cargos vagos. Na semana passada, os juízes federais e membros do TRE César Augusto Bearsi e Jeferson Schneider apresentaram requerimento pela abertura de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) interno para apurar denúncias de venda de sentenças pelos membros da Corte. O requerimento também foi aprovado.

O assunto entrou em evidência desde a deflagração da Operação Asafe da Polícia Federal, que cumpriu nove mandados de prisão e 30 de busca e apreensão em residências e escritórios de advogados, desembargadores e juízes. Os mandados foram expedidos pela ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Na casa de Evandro Stábile foi cumprido mandado de busca e apreensão. Conforme divulgou o Diário, os passos do magistrado foram seguidos e devidamente registrados através de escutas telefônicas e fotografias que integram o processo.

Pesam contra ele, fotografias feitas pela PF de encontro com a prefeita de Alto Paraguai, Diane Vieira Vasconcellos, que, conforme os autos, estaria “negociando de forma fraudulenta” sua permanência na prefeitura do município. O STJ também decretou a quebra de sigilo bancário e fiscal de Stábile.

O procurador do MPF, Gustavo Nogami, defende o afastamento de Evandro Stábile e Eduardo Jacob como medida necessária para “resguardar a imagem do Tribunal”.

O presidente do TRE não foi encontrado pela reportagem para comentar sobre seu afastamento temporário. Em nota divulgada na semana passada, ele refutou as acusações de que teria tratado de apoio a candidatos e esclareceu que recebe qualquer cidadão em seu gabinete. “Afirmo com convicção e consciência tranquila que jamais tratei de apoio a qualquer candidato ou parte e nem participo de encontro às escondidas. Esclareço ainda que o meu gabinete sempre esteve disponível para atender qualquer cidadão, seja ele parte ou não, sempre que procurado”, finalizou o presidente do TRE.






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