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Quarta - 02 de Junho de 2010 às 01:06
Por: Ana Rosa Fagundes

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Pelo menos literalmente o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) está limpo. Munidos de vassouras, sabão e até um caminhão-pipa, integrantes do Movimento de Combate a Corrupção (MCCE), ong Moral e servidores da Justiça estadual e federal lavaram ontem à tarde a calçada em frente TRE, na avenida do CPA.

O ato é um protesto contra as supostas vendas de sentença no órgão. Dois membros do Pleno são investigados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) pela prática ilícita. Um deles é o próprio presidente do TRE, o desembargador Evandro Stábile, e o outro é o advogado Eduardo Jacob.

Os manifestantes defendem o afastamento de Stábile e Jacob do Tribunal. Na última terça-feira um requerimento sobre o afastamento dos dois foi votado, mas acabou arquivado. Foi colado em pauta então o afastamento de todos os membros. A definição sobre o que vai acontecer com o pleno do TRE acontece na próxima terça-feira.

“Água, sabão e creolina. Vamos lavar o TRE para que neste ano tenhamos uma eleição limpa”, dizia o representante do Movimento de Combate à Corrupção, Antônio Cavalcante Filho, o Céará, enquanto a lavagem era feita.

O protesto tomou corpo porque contou com apoio dos sindicatos dos Servidores do Poder Judiciário de Mato Grosso (Sinjusmat) e dos Servidores da Justiça Federal (Sindijufe). Os dois sindicatos comandam um movimento grevista reivindicando, entre outras coisas, revisão salarial.

Empolgados com o manifesto no TRE, os manifestantes seguiram para o Tribunal de Justiça, onde também lavaram a entrada do órgão. Chegaram em frente do TJ já ao cair da noite, mas não perderam o ânimo depois da longa caminhada e usaram muita água e sabão para limpar o poder Judiciário simbolicamente.

No caminho para o TJ, passaram ainda pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), onde o presidente, Cláudio Stábile, assinou um documento do movimento grevista do Sinjusmat, que pede a intervenção federal na Justiça Estadual para tratar da questão financeira dos servidores com o TJ.

Também recaem sobre o TJ graves denúncia sobre venda de sentença. Corre no STJ, em segredo de justiça, pelo menos quatro inquéritos sobre venda de sentença em Mato Grosso. O inquérito em que Stábile e Jacob são investigados veio à tona depois da operação Asafe, da Polícia Federal. Foram presos temporariamente nove pessoas sobre suspeitas de serem “lobistas” de sentenças e mandados de busca e apreensão foram realizados na casa de Stábile, Jacob e outros ex-juízes eleitorais.

Como o Evandro Stábile entrou de férias ontem, o vice, desembargador Rui Ramos foi procurado, mas não foi encontrado. A assessoria de imprensa do órgão disse que seria difícil o Tribunal se posicionar sobre o ato porque tinha ficado sem presidente naquele dia e o vice ainda não teria sido notificado. Rui Ramos também foi procurado no TJ, mas, segundo assessoria, estava em audiência e não poderia atender.






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