O presidente da Bolívia, Evo Morales, expressou nesta terça-feira seu desejo de alcançar um acordo com os Estados Unidos para recompor suas relações diplomáticas, comerciais e de investimento, um dia depois de afirmar que Washington fomenta o narcotráfico para chantagear outras nações.

Morales fez o anúncio em entrevista coletiva em La Paz, enquanto o secretário de Estado adjunto dos EUA para a América Latina, Arturo Valenzuela, se reunia com o ministro das Relações Exteriores boliviano, David Choquehuanca.

"Tomara que este novo acordo possa avançar no marco das relações diplomáticas, de comércio, de investimento. (...) Esperamos que esta visita do representante do governo dos EUA permita retomar as negociações", disse Morales antes de conhecer o resultado da reunião de seu chanceler com Valenzuela.

Morales fez a afirmação um dia depois de ter acusado os EUA de terem protegido, encoberto e fomentado o narcotráfico em outras nações, para aplicar um controle político e chantagear os países.

Perguntado sobre a contradição que representa a reunião de Choquehuanca com Valenzuela após as criticas que fez ontem, Morales disse que foi "um pedido do governo dos EUA" e que "as relações diplomáticas sempre estão abertas".

"Eu não estou dizendo que esse senhor que se reunirá comigo seja narcotraficante", disse Morales.

No entanto, ratificou sua denúncia de que os juízes antidroga bolivianos apoiados por Washington e capacitados nos EUA "voltam ao país para libertar os narcotraficantes".

Também reiterou que a Bolívia não permitirá "imposições" sobre políticas econômicas por parte dos EUA, nem que digam com quais países pode se relacionar.

Choquehuanca e Valenzuela ofereceram depois uma curta entrevista coletiva para comentar sua reunião, na qual o ministro boliviano assegurou que um novo acordo no marco das relações com os EUA estão prontos "em 99%", por isso espera que nas próximas semanas possa assinar o documento.