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Meio Ambiente
Terça - 01 de Junho de 2010 às 08:28
Por: Caroline Rodrigues

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O índice de queimadas aumentou 128% em Mato Grosso e a preocupação dos órgãos ambientais é com a previsão que os números serão piores nos próximos meses. A porcentagem é baseada nos focos de calor registrados pelos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre os meses de janeiro e maio deste ano foram 4.431 registros e, no mesmo período do ano passado, foram 1.937. O aumento foi de 2.494 focos. O Estado já é o primeiro no ranking brasileiro das queimadas, seguido de São Paulo, Paraná, Bahia e Minas Gerais.

O coordenador de Gestão do Fogo da Defesa Civil do Estado, major Márcio Paulo Silva, explica que 4 fatores contribuem para a estimativa: falta de chuvas, baixa umidade, alta temperatura e excesso de biomassa (matéria orgânica) nas áreas rurais. Ele explica que não houve chuvas no eixo entre os municípios de Ribeirão Cascalheira (900 km a leste de Cuiabá) e Brasnorte (578 km a noroeste de Cuiabá) no mês de abril. A situação é atípica e favorece o aparecimento das queimadas naturais, bem como a falta de controle das ilegais.

O major relata que em Juína (735 km a noroeste de Cuiabá) um agricultor colocou fogo na propriedade, localizada em um assentamento, e devido as condições climáticas perdeu o controle e atingiu outras 12 áreas nas proximidades.

O cenário climático, segundo o coordenador, deixa todos os órgãos ambientais envolvidos em alerta. As atividades, até o ano passado, eram focadas na prevenção. Este ano, será intensificada a repressão, com acréscimo das vistorias e sanções legais aos infratores.

Uma das dificuldades na atuação da Defesa Civil é os assentamentos. O major explica que eles são coordenados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e não há uma parceria firmada oficialmente. O trabalho é realizado com os técnicos e a ajuda das prefeituras. A parceria iria atribuir comprometimento ao órgão. A falta de comunicação entre os envolvidos foi agravada com a greve dos servidores.

Nas áreas existe um projeto de formação de brigadistas. Um grupo é formado com moradores da região e eles recebem equipamentos básicos. A previsão é formar 54 Núcleos de Comunitários de Prevenção e Combate em todo o Estado. A mesma estratégia é usada dentro das áreas de preservação permanente, como as terras indígenas."A ideia é formar fiscais dentro da área".

O major esclarece que muitos dos focos estão relacionados com as queimadas autorizadas em áreas rurais. O começo do segundo semestre é usado por agricultores para preparar a terra para o plantio e o fogo é uma ferramenta barata e comum na cultura estadual.

Em Sapezal (408 km a noroeste de Cuiabá), cerca de 106 hectares têm autorização para queima e o trabalho será feito em vários dias. O coordenador fala que os dados do Inpe são indicadores, mas não atestam a situação real porque em um caso como o de Sapezal, os satélites podem fazer até 15 contagens do mesmo foco.

Silva diz que toda ação é liberada e acompanhada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Ele avisa que a queimada sem prévia autorização é crime e dentro de áreas urbanas não é permitida de forma nenhuma.





Fonte: A Gazeta

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