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Politica MT
Sexta - 28 de Maio de 2010 às 07:42
Por: Jean Campos

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A “cruzada” de Alcenor Alves de Souza para manter de forma fraudulenta sua esposa, Diane Vieira Vasconcellos Alves, à frente da prefeitura de Alto Paraguai, um dos objetos de investigação da operação Asafe, da Polícia Federal, revela inúmeros caminhos percorridos pelo acusado a fim de alcançar seu objetivo junto ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Evandro Stábile.

A “cruzada” incluiu um encontro com o próprio presidente do TRE na casa de Luzia Antônia Oliveira de Carvalho. A PF monitorou este encontro e registrou com fotos, conforme o Diário publicou ontem com exclusividade.

Alcenor teria negociado com pessoas ligadas ao TRE pagamento de R$ 50 mil em dinheiro e outros R$ 50 mil em cheque pré-datado.

O inquérito sigiloso em tramitação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) mostra indícios de participação do presidente do TRE em suposto esquema de venda de sentenças. Sua casa foi alvo de um mandado de busca e apreensão na semana passada.

Entre as frentes de contato, Alcenor teria procurado o deputado Wagner Ramos (PR) e o secretário-geral do PR, Emanuel Pinheiro, para tentar influenciar politicamente na decisão do juiz Yale Sabo Mendes, então membro do TRE. Ele também tenta recorrer a Francisco Mendes, ex-prefeito de Diamantino, que teria contato com Maria Alves Sabo Mendes, numa tentativa de também influenciar na decisão do filho, Yale.

Na corrida contra o tempo, um dos aliados do marido da prefeita de Alto Paraguai também chegou a se encontrar com o namorado da filha de Célia Cury (esposa do desembargador José Tadeu Cury), que, segundo a PF, teria fácil acesso ao presidente do TRE. Assim como Alcenor, Célia Cury chegou a ser presa na operação Asafe.

O grupo liderado por Alcenor buscava alternativas para reverter a decisão que permitiu o retorno de Adair José Alves Moreira à prefeitura do município.

Carta anônima, enviada ao Ministério Público Federal, feita por um servidor federal, aponta que “o comentário é que o advogado André Castrillo negociou com o presidente do TRE para negar a liminar e assim foi feito. Comenta-se que até a decisão na Comarca fora acertada pelo presidente do TRE”.

Diálogo interceptado entre André Castrillo, que teve mandado de busca e apreensão em seu escritório durante a operação Asafe, e Clóvis Damião Martins, prefeito cassado de Poconé, mostra o primeiro tranquilizando o prefeito quanto a um processo eleitoral. O advogado chega a dizer que “o Alcenor caiu por não ter cumprido o prometido”.

Em outra conversa, Alcenor diz a seu advogado que teriam que procurar “o presidente”, já que teria repassado à juíza Maria Abadia Aguiar o valor de R$ 125 mil.

Através deste caso, a Polícia Federal passou a direcionar a investigação para alvos, sendo eles Evandro Stábile e Eduardo Jacob.






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