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Segunda - 24 de Maio de 2010 às 10:40
Por: Patrícia Sanches

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Alexandre Gonçalves PereiraTodas as escutas telefônicas e o processo mais de 450 páginas da Operação Jurupari podem ser anuladas, caso a Justiça acate as denúncias feitas pelo advogado Alexandre Gonçalves Pereira, que defende o secretário de comunicação de Sinop Antônio Gois contra decisão do juiz da 1ª Vara Federal Julier Sebastião da Silva. O advogado argumenta que houve falhas na condução das investigação. Cita como exemplo o fato do deputado federal Eliene Lima (PP) ter sido grampeado, sem autorização do Superior Tribunal Federal (STF), que tem competência para investigar o caso. Além disso, acusa Julier de ter conduzido as investigações da Polícia Federal, juntamente com o Ministério Público Federal, como uma espécie de “policial”.

“Tinha interesse político. Julier estava totalmente ligado. De julgador passou a ser investigador o que o coloca sob suspeição. Ele não pode julgar o caso”, ressaltou Alexandre, que finaliza representações contra o magistrado. Os documentos serão encaminhados ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Tribunal Regional Federal (TRF) e ao STF para que todo o processo investigatório seja anulado. “A OAB daqui também será acionada para que acompanhe o caso”, pontua o advogado. Para comprovar a existência de conotação política o advogado cita o fato de Julier ter “esquecido” de retirar de alguns comentários pessoais, encontrados na página 14 do despacho da prisão preventiva para 91 pessoas: “f) Fazenda Bico do Garrafão, I e II –(caso 23) e Fazenda Morada do Sol (caso 30) – Marcos Zanchett??? (não me lembro). Se nato (sic) tiver politico, não precisa analisar. Ver apenas se era o do Arcanjo”.

Para o jurista o trecho é um flagrante do interesse político por trás das investigações. “Ele esqueceu de tirar essa anotação, que deixa claro o viés político. Ele (Julier) tinha interesse de investigar apenas políticos”, argumenta Alexandre. No trecho, o relatório cita a existência de uma multa de R$ 642 mil aplicada ao proprietário da Bico Garrafão, que recorre ao secretário adjunto de Desenvolvimento Florestal Afrânio Migliari e a Luana Ribeiro Gasparotto para obter o licenciamento da propriedade. Num diálogo gravado pela PF, é mencionado o fato do fazendeiro ter dado uma caminhonete como forma de pagamento pelos serviços supostamente prestados por eles.

Na última sexta (21) a Polícia Federal realizou a Operação Jurupari e prendeu servidores, empresários, fazendeiros e engenheiros florestais. Pesa contra eles a acusação de práticas de crimes ambientais e fraudes ao sistema na secretaria estadual de Meio Ambiente. Mais de 70 pessoas já foram presas e até agora apenas o genro do presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, Carlos Antônio Azóia, conseguiu a revogação de sua prisão. Alexandre ressalta que ainda nesta segunda impetrará um pedido de habeas corpus para libertar Antônio Gois. “A detenção dele foi arbitrária e acredito que até terça ele deve ser libertado”, pontuou o advogado. Após a realização da ação, o governador Silval Barbosa (PMDB) determinou o afastamento de todos os servidores envolvidos e a abertura de procedimento administrativo contra eles.





Fonte: RD News

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