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Segunda - 24 de Maio de 2010 às 08:45
Por: Patrícia Sanches

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O coronel PM Alexander Maia, que comanda a secretaria estadual de Meio Ambiente, tem pela frente um grande desafio: separar o joio do trigo e recuperar a imagem da Sema, já combalida com sete operações da Polícia Federal por causa de denúncias de irregularidades em processos de licenciamento ambiental. Apesar de ter nomes diferentes, todas as ações da PF tiveram como alvo esse tipo de prática que, em geral, tiveram apoio de alguns servidores cooptados na base da propina para fraudar o complexo do sistema. A última investida da PF se deu na sexta (21), com a operação Jurupari, uma bomba relógio que caiu no colo de Maia. Ele saiu da Casa Militar no final de março para assumir o Meio Ambiente, em substituição a Luís Daldegan, que está preso. Agora, o coronel tem a missão de identificar e punir os servidores envolvidos no suposto esquema.

Numa reunião interna, logo após dizer à imprensa que todos os servidores serão investigados administrativamente, Maia enfatizou que será duro na apuração das denúncias. Por outro lado, tranquilizou aqueles que estavam se sentindo acuados e tensos por causa das constantes operações policiais na secretaria, ao dizer que vai separar o "joio do trigo". Nos últimos cinco anos, a Sema foi alvo de investigação em sete operações: Curupira I, Curupira II, Mapinguari, Arco de Fogo, Termes e Caipora e, agora, a Jurupari. Em todas essas investigações, diversos servidores, políticos, madeireiros e ocupantes de cargos comissionados foram presos. Quando o assunto "esfria", eis que surge nova ação policial contra crimes ambientais num Estado que figura entre os campeões de desmate ilegal.

Maia quer mudar a imagem da Sema para salvar do desgaste o governador Silval Barbosa, que busca a reeleição. Recebeu respaldo do Paiaguás para agir e evitar tantos danos ambientais. Em 2005, a PF realizou a operação Curupira I. Na época foi desarticulada uma das maiores organizações criminosas do país, que praticavam crimes ambientais há pelo menos 14 anos. Foram presos madeireiros, despachantes especializados na extração e transporte ilegal de madeira, servidores do Ibama e da extinta Fema (hoje Sema). Eles teriam causado prejuízos de R$ 890 milhões. No mesmo ano, "estoura" a Curupira II. Dois anos depois, em 2007, a PF combate extração ilegal de madeira no Parque Indígena do Xingu, com a operação Mapinguari.

Em 2008 o alvo dos agentes federais foram pessoas que realizavam extração clandestina de madeira na Amazônia Legal. A operação foi batizada de Arco de Fogo. No mesmo ano ocorreu a Termes , com prisão de servidores da Sema e do Ibama, que facilitavam as fraudes ao sistema e crimes ambientais. Ainda em 2008, a PF desarticulou uma quadrilha que promovia a extração ilegal de madeira no Vale do Guaporé, durante a operação Caipora. Já a Jurupari desta sexta prendeu advogados, engenheiros florestais, madeireiros, empresários e servidores do Executivo estadual que fraudavam principalmente o sistema de liberação de créditos para a extração de madeira e emissão de Licença Ambiental Única (LAU).





Fonte: RD News

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