Sob clima tenso, encontro do PT é marcado por troca de acusações
O encontro estadual do PT para definição de candidaturas e do rumo para as eleições de outubro começou neste domingo sob clima tenso. Cerca de 400 militantes estão no auditório da Fimtec, no Porto, em Cuiabá. O congresso teve início às 10h30. Deve se estender até às 15h.
Em meio a discursos, os grupos do presidente estadual do partido, deputado Carlos Abicalil, e da senadora Serys Marly, expõem clima de racha. A cisão vem desde as prévias do mês passado, quando Abicalil venceu Serys para ser candidato ao Senado. A partir daí, Serys levou seus aliados a fazer campanha contra Abicalil, inclusive defende para o Senado a pré-candidatura do ex-procurador da República Pedro Taques, que é filiado ao PT, e, para governador, o empresário Mauro Mendes (PSB).
No encontro, houve troca de farpas e acusações. Todos que se inscreveram como postulantes às candidaturas majoritárias e proporcionais foram apresentados. Quando foi anunciado o nome de Abicalil para o Senado, metade da plateia o aplaudiu, enquanto os demais ficaram em silêncio e de braços cruzados. Foi uma forma de protestar contra o que Serys chamou de boicote a seu projeto de reeleição. Na abertura, a senadora ponderou que voltará a usar da palavra para debater as pautas.
Embora o bloco de Abicalil represente a maioria, não será tarefa fácil para o dirigente petista concluir o encontro sem deixar sequelas. O que deveria ser apenas uma proposta em debate, a de votar por apoio a candidatura ao Palácio Paiaguás do governador Silval Barbosa (PMDB), a militância decidiu ampliar a discussão e sugeriu mais duas alternativas.
Agora, os delegados vão votar por adesão à candidatura de Silval ou de Mendes ou até para só decidir o nome de quem vai apoiar no final de junho, já dentro do prazo-limite estabelecido para as convenções. O grupo de Abicalil se movimenta para fechar logo coligação pró-Silval. Existe, inclusive, proposta do Paiaguás de abrir mais espaço ao petismo no primeiro escalão, tudo para conquistar logo oficialmente o partido. Hoje o PT conduz a Educação, sob Rosa Neide.
A maioria dos discursos foi em tom raivoso, expondo brigas internas e até acusações contra petistas chamados de alprados por envolvimento em escândalos, o que contribuiu para manchar a imagem da legenda. Entre os que discursaram antes da discussão das pautas estão o ex-presidente do PT da Capital Jairo Rosa, a ex-deputada estadual Vera Araújo, os deputados estaduais Ságuas Moraes e Ademir Brunetto e o próprio Abicalil.
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