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Politica MT
Sábado - 22 de Maio de 2010 às 02:10
Por: Romilson Dourado

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O servidor da secretaria estadual de Meio Ambiente Afrânio Cesar Migliari, que exercia o cargo de adjunto de Mudanças Climáticas e também de Gestão Ambiental, é apontado nas investigações da Polícia Federal como "elemento de destaque da organização". Ele foi preso nesta sexta na Operação Jurupari, sob uma série de acusações. Afrânio demonstrava intensa relação com o setor madeireiro, principalmente junto ao sindicato dos Madeireiros de Sinop, cidade-pólo do Nortão, e com os titulares dos empreendimentos florestais de forma geral.

Afrânio recebia demanda não apenas de madeireiros, mas também de autoridades políticas, entre elas deputados e até do então governador Blairo Maggi. No caso das fazendas Itauba e Mosquito I, pertencentes à Itauba Agroindustrial S. A. e a Adelino Bedin, respectivamente, o ex-secretário-adjunto asumiu o compromisso de resolver pendências apontadas no processo administrativo. O deputado Mauro Savi, líder do governo na Assembleia, fez lobby pela aprovação. Maggi também pediu atenção especial ao pleito do deputado, segundo revelam as gravações interceptadas pela PF.

Em 11 de janeiro deste ano, Afrânio telefonou para Dauton, assessor do deputado Savi. Diz que iria precisar de um apoio para resolver "negócios na Sema". No diálogo, Afrânio diz: "Tem que resolver aqueles negócios daqueles encaminhamentos (...) E aí quero que você mexa nuns negócios pra mim na outra secretaria. Eu vou precisar do apoio de outro fio de deus aí. Ele tá aí, ou não, ou tá viajando?"

No dia seguinte, o então governador Maggi telefona para Alex e solicita que este anote o número de dois processos e pede para chegar porque ambos estão com trâmites praticamente paralisados. Pede que Alex dê uma atenção para Savi quando o deputado o procurar. Alex promete olhar o processo e dar retorno para Maggi. Depois Alex, em telefonema para uma pessoa identificada pelo prenome de Suely, comenta que teve de ir ao Palácio Paiaguás por causa do Afrânio e cita que Mauro Savi foi reclamar para o governador.

Em 15 de janeiro, Alex dá retorno a Maggi e avisa ter sinalizado sobre os dois processos solicitados por Savi. Destaca que o processo de Licenciamento Ambiental Único (LAU) exige que se cumpra uma lista de pendências, mas que o processo de manejo referente à fazenda Mosquito "é um pouco mais complexo". Alex informa ao ex-governador que a "área já foi explorada com uma autorização do Ibama e que a legislação determina que só após transcorrido um período de 25 anos é que se poderá receber autorização para nova exploração. Alex chega a alertar Maggi que a solicitação de Savi "é uma das coisas que dá cadeia".

Veja reprodução de diálogos sobre lobby do ex-governador Maggi, do deputado Savi e do ex-secretário-adjunto da Sema e do servidor Alex

 




Fonte: RD News

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