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Agronegócios
Domingo - 16 de Maio de 2010 às 03:25
Por: Marcondes Maciel

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Ciclo natural oscila aquecimento com resfriamento. O 1º traz luminosidade e chuvas, o segundo é marcado pela estiagem
Ciclo natural oscila aquecimento com resfriamento. O 1º traz luminosidade e chuvas, o segundo é marcado pela estiagem

Contrariando diversos estudos que traçam perspectivas sombrias para a agricultura brasileira caso se confirme a previsão de elevação da temperatura do planeta nos próximos anos, o cientista e professor da Universidade de Brasília (UnB), Gustavo Macedo de Mello Baptista, afirmou em Cuiabá que o tão propalado aquecimento global não terá impacto negativo no campo. “Pelo contrário, vemos vantagens para os agricultores, pois muitas culturas – como a soja e o algodão, das quais Mato Grosso tem tradição e lidera em volume de produção – precisam de sol e luminosidade. Não há motivos para alardes e tudo está sob controle”, tranqüilizou o cientista.

Doutor em Geologia pelo Instituto de Geociências da UnB, Gustavo Baptista esteve recentemente em Cuiabá para ministrar palestra no 6º Encontro Internacional dos Negócios da Pecuária (Enipec), promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária (Famato) no Centro de Eventos do Pantanal, no início deste mês. Após sua palestra “Clima e sustentabilidade – O desafio da agropecuária no século XXI”, ele falou ao Diário sobre os reflexos da elevação da temperatura no planeta, com ênfase para a agricultura.

“Na verdade, existe uma corrente ambientalista da ciência que associa o aquecimento global à falta de sustentabilidade do planeta em aturar um possível aumento de temperatura. Este setor aponta inclusive atividades de desmatamento como uma das grandes causadoras do aquecimento, o que é uma inverdade. Estão fazendo um grande alarde sobre um evento – aquecimento global – que é natural e que já está começando a ocorrer. No entanto, não vemos sinais de catástrofes, pelo contrário, a agricultura vem reagindo bem ao aumento das temperaturas e a produtividade tende a ser cada vez mais alta mesmo neste cenário de calor intenso”, sustenta Baptista.

Na opinião do cientista, Mato Grosso apresenta vantagens climáticas em relação a outras regiões, lembrando que o Estado é um dos mais afastados dos efeitos marítimos, ou seja, está mais longe do mar. “Associado a isso, Mato Grosso sofre um período de estiagem marcado pela massa tropical continental. Porém, desde 2005 as séries históricas de temperatura obtidas por satélites e divulgadas pela Universidade do Alabama Huntsville (UAH) têm mostrado uma tendência de redução e a partir de 2007/2008, começamos uma nova fase fria do oceano Pacífico, o que significa mais eventos do tipo La Niña, que tendem a intensificar as condições climáticas”. Concluindo, ele diz que, associado a um novo ciclo solar com menos intensidade, “devemos ter as próximas décadas apresentando uma tendência ao resfriamento e não ao aquecimento global. Pelo menos é assim que a temperatura global vem se comportando nas últimas décadas”.

Baseado em estudos sobre Climatologia, o cientista cria polêmica no livro “Aquecimento Global: Ciência ou Religião?”, ao revelar que o clima planetário segue uma dinâmica natural, com alternância de ciclos de resfriamento e aquecimento e que, portanto, o homem não é tão culpado assim. Ele chama atenção para a “falsa catástrofe” criada em torno do assunto.

O livro esclarece como as oscilações naturais da atividade solar, dos oceanos, dos vulcões e de outros elementos interferem no comportamento da temperatura global, além de questionar o que existe de subjetivo no tema aquecimento global.

Para o autor, existe uma diferença entre convencer as pessoas a reduzirem as emissões de gases atmosféricos para evitarmos a poluição, e criar uma pseudo-catástrofe que leva as pessoas ao desespero. “Eu acho cruel anunciar que os níveis oceânicos vão aumentar e as pessoas terão de sair de casa de canoa”, disse.

Gustavo Baptista, que é professor adjunto da UnB e atua no curso de Gestão Ambiental de Planaltina (FUP) e no Programa de Pós-Graduação em Geociências Aplicadas no IG/UnB, tem se dedicado ultimamente aos estudos de recursos naturais, bem como os impactos ambientais decorrentes da atividade humana, por meio das geotecnologias.






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