Vulcão islandês mantém 17 mil voos e 1,3 milhão de passageiros no solo
O fenômeno interrompeu totalmente o tráfego nos quatro maiores aeroportos do continente - Heathrow, na Grã-Bretanha; Charles de Gaulle, na França; Schiphol, na Holanda; e Frankfurt, na Alemanha. Segundo as autoridades, a paralisação deve se estender pelo fim de semana.
Fotos de satélite divulgadas pela Organização Europeia para a Exploração de Imagens Meteorológicas (Eumetsat) revelaram ontem a extensão do fenômeno. As cinzas - que na noite de quinta-feira começavam a alcançar o território da França, após encobrir a Grã-Bretanha, a Escandinávia, a Bélgica e a Holanda - já estavam sobre o norte da Itália, no Mar Mediterrâneo. A leste, a nuvem de poeira também chegava à Polônia e à Eslováquia.
O resultado foi a paralisação de todos os maiores entroncamentos aéreos da Europa. Na Grã-Bretanha o fechamento do espaço aéreo foi estendido pelo menos até as 12 horas locais.
Na França, 20 aeroportos foram fechados durante o dia. Aterrissagens foram autorizadas no Aeroporto Internacional Charles de Gaulle entre as 12 e as 16 horas, mas depois o tráfego voltou a ser interrompido, devendo permanecer assim até a manhã de hoje. Como efeito colateral, a linha férrea Eurostar, que liga a França à Grã-Bretanha, ficou lotada durante todo o dia.
A interrupção também permanece válida nos aeroportos de Amsterdã e de Frankfurt, na Alemanha - onde 15 dos 16 aeroportos foram fechados. Na Áustria, Bélgica, Dinamarca, Polônia, República Checa, Eslováquia, Lituânia, Letônia e Estônia os voos também estavam suspensos.
Passageiros. Mas em alguns países a abertura do espaço aéreo começou ontem. A Irlanda permitiu pousos e decolagens. Na Suécia e na Noruega a retomada foi progressiva à tarde. Por volta de 16 horas, o balanço do escritório Eurocontrol, responsável pelo controle do tráfego aéreo na Europa, indicava a manutenção de 11 mil voos, ou 40% do previsto em um dia de semana normal. O número de pontes aéreas canceladas quase dobrou na quinta-feira, quando 8 mil aviões deixaram de decolar.
Na vida prática, milhares de passageiros não foram para os aeroportos, orientados pelas companhias aéreas. Mas outros tantos insistiram em passar horas à espera de notícias nos terminais.
Estimativas indicaram que cerca de 1,3 milhão de passageiros teriam sido prejudicados, a maior parte pelo cancelamento de voos internacionais - em especial entre EUA e Europa.
Não bastasse a extensão do problema, a perspectiva ontem era de um sábado tão confuso quanto a sexta-feira. "É claro que haverá perturbações significativas no tráfego aéreo amanhã (hoje)", afirmou Brian Flynn, chefe de operações do Eurocontrol.
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