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Meio Ambiente
Sábado - 10 de Abril de 2010 às 02:06
Por: Renê Dióz

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Comparação é feita pelo Imazon, com dados de fevereiro deste ano e de 2009: 41% de aumento no corte
Comparação é feita pelo Imazon, com dados de fevereiro deste ano e de 2009: 41% de aumento no corte

Mesmo em meio à tendência de queda no desmatamento verificada nos últimos anos, Mato Grosso continua sendo neste início de ano o Estado que mais concentra índices de devastação da floresta na Amazônia Legal. Após boletim do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desta vez o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) reforça a posição do Estado: é o responsável por 75% dos desmatamentos registrados na Amazônia Legal no último mês analisado pelos satélites, fevereiro.

Do espaço, o total detectado da área desmatada foi de 88 quilômetros quadrados (km2), 41% a mais do registrado em fevereiro do ano passado. Só no território mato-grossense, foram 66 km2. O Estado que mais chega perto deste índice é o Pará, com apenas 14 km2. Os dados são obtidos por satélites do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD).

De qualquer maneira, os números merecem ponderação, segundo o secretário-adjunto estadual de Meio Ambiente, Salatiel Araújo, para quem ainda é precipitado apontar Mato Grosso como “campeão” de desmatamento.

Dois fatores sustentam o raciocínio. O primeiro é o fato de que a atividade de desmatamento no Estado está vendo seu ritmo decair. As próprias tabelas do Imazon indicam isso através dos últimos dois anos do desmatamento (período compreendido entre agosto e julho).

No último período, por exemplo, o acumulado havia sido de 434 km2, segundo Araújo. Para este agora, a previsão é de 305. Por isso, Araújo defende que o melhor momento de se avaliar o comportamento do Estado com relação a sua floresta será por volta de julho, quando haverá “números mais próximos do real”.

Outro ponto citado por Salatiel é o cenário atual encontrado pelos satélites que analisam a Amazônia Legal. Trata-se de um mapa extremamente nublado, ou seja, que impede a visualização ideal do território. Em fevereiro, o próprio Imazon afirma que 40% da área de floresta estavam cobertos por nuvens. É comum no clima local que a maioria das nuvens estacione sobre os demais Estados, deixando Mato Grosso descoberto. Desta vez, por exemplo, o Imazon registra que, em grande parte de Amapá, Rondônia, Pará e Amazonas, “a cobertura de nuvens dificultou o monitoramento (...), logo os dados de desmatamento podem estar subestimados para essa região”.

PROGRESSIVA – Outro número do Imazon que fez Mato Grosso despontar foi o referente à degradação progressiva, outra maneira de devastação da floresta. Dos 99 km2 afetados, 98 se encontram no Estado. Segundo o instituto, esta liderança se deve ao fato de que, diferente dos demais Estados, as chuvas comuns para inícios de ano não têm comprometido as atividades devastadoras, o que aumenta a proporção mato-grossense. Araújo concorda que os números da degradação têm até superado os do corte raso, mas afirma que analisá-los, por enquanto, recai em especulações. Ele aposta na tecnologia de satélites que está sendo desenvolvida pelo Ibama e que possibilitará observar mais fielmente tais atividades, mesmo sob incidência alta de nuvens.






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