Servidores e secretário estão "trancados" na Prefeitura de Santo Antônio de Leverger aguardando a Polícia Federal terminar de cumprir os mandados de busca e apreensão no local; prefeito está em Cuiabá
PF lacra prefeitura de Leverger e apreende documentos

Ao menos 12 servidores da Prefeitura de Santo Antônio do Leverger e alguns secretários estão “trancados” no prédio da administração municipal aguardando o cumprimento de mandados de busca e apreensão, que são feitos por agentes da Controladoria Geral da União e da Polícia Federal. Populares relatam que dois carros com os agentes federais chegaram ao local por volta das 5h30, lacram computadores e agora analisam documentos. Os funcionários que chegaram no início do expediente foram obrigados a permanecer lá dentro e grande parte da população está do lado de fora da prefeitura tentando descobrir o que está ocorrendo. Por enquanto, não há relato de nenhuma prisão.

As apreensões que a PF faz em Santo Antônio do Leverger fazem parte da Operação Hygeia, que apura o envolvimento de servidores, empresários e membros de ONGs em fraudes em licitações, desvio de dinheiro e superfaturamento de obras. Eles são acusados de formação de quadrilha, estelionato, fraude em licitações, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, peculato, corrupção ativa e passiva, prevaricação. No caso de Santo Antônio de Leveger, há um fator inusitado. O prefeito eleito Faustino Dias Neto foi cassado pela Justiça Eleitoral, por isso, atua como prefeito tampão Harrison Benedito (PSDB), que há três dias está internado no Hospital Jardim Cuiabá. Assim, ele não tem vice e não se sabe quem está respondendo pela prefeitura.

A operação é realizada em vários Estados, apenas em Mato Grosso estão sendo cumpridos 26 mandados de prisão temporária e 59 de busca e apreensão em Tangará da Serra, Cáceres, Pontes e Lacerda, Sinop, Canarana, Santo Antônio do Leverger e Cuiabá. Até agora, já foram feitas 15 prisões, sendo 14 em Cuiabá e uma em Canarana (823 km a Nordeste da Capital). Investigações apontam um desvio de R$ 51 milhões em obras e serviços pagos e não executados, mas o rombo pode chegar a R$ 200 milhões.