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Agronegócios
Terça - 06 de Abril de 2010 às 20:48

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O novo sistema de comercialização de gado bovino foi apresentado na tarde desta terça-feira (6) para pecuaristas e donos de frigoríficos de Mato Grosso por representantes da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), controlada pela BM & FBovespa. Chamado “Venda e Compra Eletrônica de Carne Bovina”, o novo sistema via internet foi criado para garantir segurança ao produtor, que só terá a mercadoria retirada do curral mediante pagamento, e também à indústria, que poderá programar o abate. O novo sistema será lançado oficialmente em Campo Grande na segunda-feira (12), mas já vem operando de forma de forma experimental.

Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, que promoveu o pré-lançamento do novo produto, a venda à vista do gado é uma demanda antiga do setor, que fica inseguro sem saber se vai ou não receber pelo gado abatido. Para Prado, a entrada da BBM para intermediar a compra e venda confere credibilidade ao negócio, que vai, segundo ele, beneficiar consumidores, produtores e indústrias. “Não tenho dúvida nenhuma que nós estamos quebrando paradigmas com a adesão ao novo sistema”.

A opinião é compartilhada pelo presidente do Sindicato Rural de Primavera do Leste, Milton Rosseto. Ele avalia que o novo sistema trará a tão almejada estabilidade para o mercado e, principalmente, para o pecuarista, que recentemente sofreu com a inadimplência por parte de alguns frigoríficos, que fecharam as portas. Ele vê o novo sistema como a esperança do pecuarista para amenizar o problema no Estado. Para o presidente do Sindicato Rural de Alta Floresta, William José Lima, a certeza da liquidez compensa o custo da operação. Ele acredita a maior parte dos produtores vá aderir ao programa.

Para Carlos Eduardo Dupas, vice-presidente da BBM e responsável pela regional de Campo Grande (MS) e que participou do lançamento, o novo sistema irá democratizar a oferta de gado, pois o pequeno frigorífico terá a mesma oportunidade de compra do grande. O assessor de novos produtos da BBM, Edílson Alcântara, avalia que só com a Bolsa de Carnes o produtor estará fechando um negócio à vista. Hoje, segundo ele, as vendas chamadas “à vista” são realizadas com pagamentos em até sete dias. E mesmo assim o frigorífico primeiro leva o boi, e depois o produtor recebe. “Nesse mundo dinâmico, um dia pode fazer toda a diferença”.

O sistema comportará três modalidades de operações. Na venda em leilão, o produtor fará a oferta no sistema da bolsa detalhando as características do rebanho de boi gordo - apenas animais entre 16 e 23 arrobas. Ele transformará o gado em arrobas de carne e fixará um preço mínimo por arroba. De outro lado, o frigorífico analisará o rebanho e fará sua oferta.

Em caso de negócio, o frigorífico fixará, até as 17 horas do mesmo dia, a escala de recolhimento e de abate dos animais. Três dias úteis antes, terá que depositar 90% do valor da operação na conta de liquidação da BBM, que avisará o pecuarista para preparar os animais. Em seguida, o frigorífico emitirá o romaneio de abate, com valor total de arrobas e preço final. O prazo será até o meio-dia do dia útil seguinte. Depois, a BBM fará o cálculo de liquidação. Se der a menos, a bolsa devolverá a diferença ao frigorífico. Se der a mais, o ajuste será feito entre as partes. Se um parte romper o contrato, um juiz arbitral da bolsa tentará a conciliação ou resolverá o caso em julgamento. Quem descumprir, paga 10% de multa.






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