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Segunda - 05 de Abril de 2010 às 10:02

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O PMDB planeja ter, até 2014, um exército de 2,5 milhões de militantes espalhados pelo país, politicamente qualificados, defendendo as mesmas bandeiras e com discurso partidário unificado. Para atingir a meta, a Fundação Ulysses Guimarães (FUG), órgão de estudos do partido, há três anos desenvolve em todo o território nacional um programa de formação política e cidadania, para filiados e simpatizantes, e de capacitação de candidatos e gestores públicos.

Mais de 200 mil pessoas já fizeram os cursos, segundo o deputado Eliseu Padilha (RS), presidente da fundação. Ele acredita que, criando essa "massa crítica", o PMDB poderá "refazer sua identidade político-partidária". Defensor da candidatura própria a presidente da República, Padilha espera que em 2014, com uma base mais qualificada e uma militância revitalizada, o partido tenha condições de lançar um nome competitivo ao cargo.

Embora tenha o maior número de deputados federais (91), senadores (17), governadores (9) e prefeitos (1.201), o PMDB é hoje um partido dividido em 27 "federações" - que segue uma liderança diferente em cada Estado. "Depois da unificação do discurso, vem a unificação do partido. Sem unidade, o PMDB não vai construir um projeto de poder nacional", diz o deputado.

Desde que o programa foi lançado, em 2007, três cursos estão em andamento - "Curso Básico de Formação Política Ulysses Guimarães", "Preparatório para Candidatos a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores" e "Curso para Gestores Públicos Municipais". Na quinta-feira, dia 24, será lançado oficialmente em Brasília um quarto curso - de "Formação de Agentes da Cidadania".

O método utilizado é o ensino à distância em salas presenciais. Cada turma tem, em média, um mês de aulas, coordenada por um "mediador" - do qual é exigida filiação partidária -, que recebe um "kit tecnológico" (um aparelho de televisão de 29 polegadas e um DVD com as aulas gravadas). Material impresso é entregue gratuitamente ao aluno.

O conteúdo pedagógico dos cursos oferecidos pela FUG é elaborado por professores da Universidade de Brasília (UNB) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), do Rio de Janeiro.

Se houver uma televisão, as aulas podem ser exibidas em qualquer ambiente. De abril de 2008 a março de 2009, mais de 40 alunos das tribos Wapixana, Macuxi e Tauretong fizeram o curso básico de formação política, cujas aulas foram ministradas na maloca "Boca da Mata", na cidade de Pacaraima (RR). A formatura foi em março de 2009, com uma média de 76% de frequência.

Em dezembro de 2009, 28 alunos do Assentamento Vitória, do MST, localizado a 30 quilômetros do município de Santa Maria da Boa Vista (PE), concluíram o primeiro módulo do curso para gestores públicos municipais e receberam seus certificados. As aulas foram realizadas na Escola Municipal Marcos Freire, onde está sendo realizado o segundo módulo.

"O objetivo é preparar e reciclar pessoas. Preparar o partido. Esse curso é escola de cidadania e política, no interesse do partido", afirma o deputado, presidente da FUG desde 2006. Antes, ele presidia a fundação no Rio Grande do Sul, onde deu início ao projeto do ensino à distância.

Segundo Padilha, 98,6 mil pessoas estão atualmente frequentando os cursos de formação política da fundação e 147 mil já receberam certificados. Para a certificação é preciso que o aluno tenha frequência mínima de 70% nos encontros presenciais e avaliação do mediador. A FUG gasta cerca de R$ 800 mil por curso.

A trajetória do partido faz parte do currículo do Curso Básico de Formação Política. Mas, segundo Padilha, o conteúdo - que não é regionalizado para haja a integração pretendida - é "isento do ponto de vista partidário" e "sem louvação" ao PMDB. A apostila conta, por exemplo, que o PMDB foi o partido que menos vezes votou unido até 1998, dentre as maiores legendas, e que o "mais coeso" é o PT, seguido do DEM.

O curso básico destina-se a candidatos a cargos eletivos, dirigentes partidários, detentores de cargo comissionado indicados pelo PMDB e militantes. Compõem o currículo do primeiro módulo do curso aulas de: teoria política, formação do Estado (desde a antiguidade), formas de Estado, sistema de governo, formas de governo, poderes do Estado, partidos políticos e sistemas eleitorais.

O segundo módulo é voltado para a história política do Brasil e do PMDB - formação do Estado brasileiro, políticas públicas, a história do partido, ética e política, marketing político e eleitoral e liderança eleitoral.

O Curso Preparatório para candidatos a Prefeito, Vice-prefeito e Vereadores, além da política e de organização do Estado, dá aulas de princípios da administração pública, políticas públicas, papel e funções do Legislativo e do Executivo municipais, finanças públicas do Brasil, Lei de Responsabilidade Fiscal, legislação e regras eleitorais, planejamento e financiamento da campanha eleitoral e marketing político.

O terceiro curso já em andamento, para gestores públicos municipais, inclui noções gerais da administração pública municipal, competência e atuação do poder Legislativo e competências e atuação do poder Executivo.

A expectativa da fundação é que em um ano haja pelo menos uma turma do novo curso, que será lançado no dia 24 (preparatório de cidadania comunitária), em mais de três mil municípios do país.






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