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Sexta - 26 de Março de 2010 às 09:10
Por: Andréa Haddad

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Fernando Ordakowski
Wilson Santos, pré-candidato ao governo, deixa para inaugurar obras na última semana e enfrenta atropelos
Wilson Santos, pré-candidato ao governo, deixa para inaugurar obras na última semana e enfrenta atropelos

Na ânsia pela conquista do Palácio Paiaguás, o prefeito cuiabano Wilson Santos (PSDB) deve acabar deixando outro em encombos, o Alencastro. Tudo indica que foi um verdadeiro tiro no pé a estratégica do tucano em reservar para a última semana de mandato o lançamento de obras de infraestrutura, parte delas promessa da campanha de 2004. Mesmo consideradas prioritárias pela gestão tucana, elas estão sendo lançadas às pressas e, o que é pior, incompletas. Tanto estardalhaço com o propósito de passar a impressão de que cumpriu as promessas devem depor contra ele na corrida à sucessão do governador Blairo Maggi (PR). As obras apresentam problemas estruturais, o que facilita o trabalho da oposição. A primeira delas a ser inaugurada, a ETA Tijucal, não suportou pouco mais de 24 horas para atestar a falta de consistência dos trabalhos.

Nesta quinta (25), um dos anéis ligados a uma das novas adutoras da Estação rompeu, pois não suportou a pressão do sistema de captação e distribuição. Mais de 100 mil moradores dos bairros São João Del Rey, Pedra 90 e Osmar Cabral ficaram desprovidos de água tratada. Para completar, o advogado da Conspavi, Paulo Fabrinny, garante que seriam necessários mais quatro meses para que o trabalho fosse feito adequadamente. Há denúncias de que as tubulações também não são novas e teriam sido retiradas de um local no CPA.

Outra dor de cabeça para Wilson é a reforma e ampliação do PSMC. Faltando apenas quatro dias para o lançamento, a nova estrutura não resistiu à chuva intensa. Unidades de internação ficaram alagadas e a água chegou a quase 10 centímetros numa das salas. Houve corre-corre entre médicos e enfermeiros na tentativa de amenizar os danos aos pacientes do serviço de urgência e emergência.

Depõem contra o prefeito os resquício das promessas da campanha de 2003, reafirmadas em 2008. O esboço do Rodoanel, por exemplo, sequer saiu da maquete dos engenheiros. Situação similar ocorreu com a Guarda Municipal, só implantada nesta semana. Em 2005, o sociólogo Naldson Ramos, doutor em Segurança Pública e professor da UFMT, chegou a ser nomeado com a incumbência de tirar do papel o projeto de policiamento preventivo e comunitário. Ao pressionar Wilson a colocar a proposta em prática, teria recebido a resposta de que não havia recursos no orçamento para a empreitada. Frustado, o professor deixou o Palácio Alencastro.

Apesar dos desgastes, o tucano demonstra coragem ao inaugurar nesta sexta (26) a Avenida das Torres, com 12,5 Km, passando por 14 bairros. Empolgado com a maratona de lançamentos, ele vem esquecendo de dizer que a obra foi viabilizada a partir de R$ 10 milhões dos cofres do Estado e R$ 7,5 milhões de uma emenda parlamentar da senadora petista Serys Marly. Ao dar tantos trunfos de mão-beijada à oposição, resta a Wilson cruzar os dedos e torcer para que os problemas estruturais da ETA Tijucal e do PSMC sejam sanados até o período eleitoral. Caso contrário, só poderá alegar que faltaram verbas para a efetiva conclusão das obras e, por fim, apelar para os discursos inflamados, já que é considerado o melhor em oratória dos três pré-candidato ao governo.





Fonte: RD News

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