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Meio Ambiente
Terça - 23 de Março de 2010 às 00:41
Por: Andréia Cruz

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Professora explica que a quantidade de pesticidas não é suficiente para causar mortandade de peixes
Professora explica que a quantidade de pesticidas não é suficiente para causar mortandade de peixes

Uma pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aponta contaminação do lençol freático do Pantanal e riscos para os organismos aquáticos. O estudo, coordenado pela engenheira química Eliana Freire Gaspar de Carvalho há nove anos, analisa a utilização de agrotóxicos nas plantações agrícolas no Estado.

Apesar da presença de inseticidas e pesticidas em águas de rios e subterrâneas, a professora explica que o número de amostras analisadas é bem pequeno se comparado à quantidade de substâncias utilizadas.

A concentração de substâncias tóxicas encontradas é baixa e não provoca, por exemplo, a morte em massa de peixes. “Porém, os dados mostram que está havendo contaminação dos organismos aquáticos”, enfatiza. No Estado, foram analisados sedimentos de rios da região sul e parte do Pantanal de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul.

Conforme a engenheira química, existem cerca de 800 tipos diferentes de agrotóxicos utilizados no Brasil que acabam indo para os rios. Desde 2000, a pesquisa já coletou amostras de cerca de 30 variedades de inseticidas e pesticidas utilizados em áreas agrícolas do Estado. Dentre as substâncias, o inseticida endosulfan é o mais encontrado. “O uso deste produto está proibido em muitos países. E, no Brasil, está sob revisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que poderá proibi-lo também”, informa Eliana de Carvalho. O endosulfan é utilizado nas culturas de soja, algodão, milho, entre outras.

Recentemente, foi encontrado em sedimentos de rios do Pantanal o dicloro-difenil-tricloroetano, mais conhecido como DDT, que está proibido no país desde a década de 80. “Esta substância foi bastante utilizada em áreas com malária, por exemplo, até os anos 90”, diz a professora. Além dos malefícios ao homem, o DDT demora até 30 anos para se degradar.

No Brasil não há estudos que apontam a contaminação das águas por uso de agrotóxicos, mas, segundo a pesquisadora, em Mato Grosso, onde a produção de grãos é a principal atividade econômica, a cadeia alimentar aquática pode estar em risco devido à grande quantidade de defensivos utilizada.






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