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Sexta - 12 de Março de 2010 às 12:55
Por: Patrícia Sanches

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O ex-presidente do Tribunal de Justiça Paulo Lessa revelou que a auditoria encomendada por ele apontou a existência de indícios de direcionamento de processos dentro da instituição. O suposto esquema ocorreria por meio do Departamento Judiciário Auxiliar e da Informática, com ajuda de servidores do TJ. “Na época acreditávamos que com a informatização isso seria impossível, mas na auditoria que encomendei detectamos sérios indícios”, relatou o desembargador que anunciou sua aposentadoria. Neste caso, uma sucessão de "coincidências" ocorreriam para que os processos fossem encaminhados a determinados magistrados.

Ele conta que foi verificado indício de participação de 3 ou 4 servidores no esquema que envolvia ainda lobistas e advogados. A propina para o direcionamento dos processos para determinados magistrados variava entre R$ 10 mil e R$ 30 mil, segundo noticiado por alguns veículos de comunicação. “Já ouvi falar também, por meio da imprensa, que poderia chegar a R$ 60 mil”, conta. Ainda conforme o magistrado, que teve a aposentadoria deferida nesta quinta (11) e publicada nesta sexta (12) no Diário Oficial, as investigações que vêm sendo feitas pelo Ministério Público Federal (MPF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ) iniciaram justamente após a entrega do relatório final feito por sua auditoria.

Ele ressalta que no levantamento não ficou comprovada a participação efetiva de nenhum magistrado. "Já ouvi muitos comentários, como todo mundo. Até me deparei com possíveis indícios em dado momento, mas não sei dizer nada a respeito disso", ponderou. Ainda segundo ele, tudo precisava ser feito com muito cuidado para se chegar a todos os envolvidos.

O corregedor Orlando Perri teria contatado, inclusive, a Delegacia Fazendária, que preparava a realização de uma operação, quando houve um vazamento de informação. “Devido a este vazamento, a Delegacia Fazendária teve de abortar a operação”, diz Lessa. Ele negou informações de bastidores que apontam a participação de seu filho Paulo Inácio Heleno Lessa no esquema de propina. "Eu jamais daria um tiro no pé se meu filho tivesse participação nisso. Quem começou toda esta investigação fui eu e isso é prova de que meu filho não está envolvido nisso", argumentou o desembargador, que alega ser vítima de retaliação.





Fonte: RD News

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