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Internacional
Segunda - 01 de Março de 2010 às 05:47
Por: Cris Berger

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Os tremores de terra que sucederam o terremoto de 8,8 graus, que atingiu o Chile neste sábado (27) e deixou 708 pessoas mortas, diminuíram neste domingo (28). Os turistas agora enfrentam problemas para retornar aos seus países, pois o aeroporto Arturo Merino Bernítez está fechado para embarque sem previsão para a reabrir.

Desde ontem, nenhum voo partiu de Santiago --nem internacionais, nem domésticos. A rampa principal de embarque foi interditada. Segundo uma fonte, que não quis se identificar e faz parte da equipe de segurança do aeroporto, a cada réplica (tremor de terra) a rampa tem o perigo de desabar e até mesmo o peso de um carro poderia derrubá-la.

A passarela de pedestres que ligava o estacionamento ao aeroporto no terceiro piso desabou, mas não deixou nenhum ferido, pois ninguém atravessava o local no momento da queda. Um cordão de isolamento alerta para que ninguém se aproxime.

Nos últimos dias somente 12 voos aterrissaram, dois deles no sábado e outros 10 no domingo, sete internacionais, dois nacionais. Apenas a companhia área Lan Chile tinha representantes na área lateral esquerda do aeroporto por onde saem os passageiros que chegam.

A chilena Eugênia Guerreiro e seu marido Waldo Hernandez tentavam encontrar algum representante da companhia aérea Taca em busca de suas malas. Eles chegaram em Santiago na madrugada de sábado, poucos minutos antes do terremoto começar. No momento do tremor, foram retirados do aeroporto para o estacionamento e desde então não conseguem nenhuma informação precisa de onde estão seus pertences ou quando poderão recuperá-los.

Outra fonte, que também não se identificar, disse que os voos que chegam ao aeroporto devem aguardar uma hora e trinta minutos entre cada aterrissagem, para que, caso ocorra alguma emergência, o socorro tenha acesso ao local. O aeroporto normalmente opera com cerca de 230 voos diários. As informações a respeito dos voos devem ser pedidas diretamente às companhias aéreas.

O aeroporto está enfrentando sérias dificuldades estruturais, os passageiros não conseguem ter acesso a informações precisas, as companhias áreas estão com os telefones ocupados, as agências de turismo parecem tatear no escuro e até mesmo a Embaixada do Brasil se mostra despreparada para atender os pedidos de atenção.

Brasileiros

Um grupo de turistas brasileiros hospedados no hotel Torre Mayor, no bairro de Providência, optaram por dormir no térreo, pois sente-se menos a intensidade dos tremores. Eles passam o dia no saguão do hotel. "A gente procura ficar aqui em baixo, colocar a conversa em dia, o tempo passa mais rápido. Não dá para ficar trancado no quarto só com notícia ruim", disse o advogado Marcello Aedo.

"Somente hoje a agência de turismo onde compramos nosso pacote de viagem e as passagem área fez contato", disse a fisioterapeuta Aline Santos que afirma sentir-se no escuro e desamparada.

"Ligamos para a embaixada e fomos atendidos por uma pessoa que não falava português. O pouco que deu para entender é que se mandasse um e-mail e deixasse o nome numa fila de espera, que eles entrariam em contato", afirma Aedo. Ele ainda não havia recebido nenhum contato até a noite deste domingo.

A falta de informação sobre os voos, faz com que alternativas começam a ser cogitadas, como voltar por terra via a cidade argentina de Mendoza, num percurso que leva três dias.

A publicitária Aline Pileggi diz que não há mais como desfrutar de Santiago, o momento é mesmo de espera. "Não tem clima para sair, não tem mais dinheiro. Acordando o tempo inteiro durante a noite, a cada tremorzinho a gente assusta de novo, é complicado. Não temos vontade de visitar mais lugares, fomos instruídos a não sair do hotel e estamos esperando para poder voltar para casa", disse Aline.

Durante o terremoto, o grupo se reuniu em baixo de uma viga, em posição posição de defesa dos jogadores de futebol, para se protegerem.






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