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Internacional
Terça - 09 de Fevereiro de 2010 às 23:13

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O vice-presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, assumiu o cargo como presidente interino, nesta terça-feira, no lugar de Umaru Yar"Adua, internado desde novembro em um hospital na Arábia Saudita.

O Senado e a Câmara dos Deputados já haviam aprovado uma moção que determinava que Yar"Adua passasse o poder para o vice.

Em um discurso transmitido em rede nacional de televisão, Jonathan disse que praticaria um bom governo, com transparência, e que combateria a corrupção de maneira mais rígida.

A posse de Jonathan pode acabar com a uma crise constitucional e à paralisia política que atinge o país. Esta crise ameaçou até o progresso feito para paralisar os confrontos na turbulenta região do delta do Rio Níger, rica em petróleo.

De acordo com o correspondente da BBC em Abuja, Ahmed Idris, os membros do Senado e da Câmara, além dos governadores estaduais, geralmente são leais ao presidente e o cargo de vice-presidente tem pouco peso político.

Mas, na semana passada, os governadores decidiram apoiar Jonathan para que ele assumisse a presidência de forma interina e estavam pressionando os senadores desde então. E, nesta terça-feira, o Senado aprovou a moção.

Yar"Adua é do norte e Jonathan é do sul do país. Desde a volta da democracia à Nigéria, em 1999, o poder tem sido alternado entre o norte e o sul e alguns políticos do norte não gostariam de ver o mandato de Yar"Adua encurtado.

Entrevista

De acordo com a correspondente da BBC em Lagos, Caroline Duffield a moção aprovada nesta terça-feira parece encerrar a crise política. A moção afirma que o vice-presidente deverá assumir as funções do presidente, que também é comandante das Forças Armadas.

As últimas semanas foram marcadas pela resistência entre os políticos nigerianos à ideia de Goodluch Jonathan como o presidente interino do país.

Duffield afirma que foi impossível ignorar os protestos para que o poder fosse entregue a Jonathan. O governo estava paralisado, salários não estavam sendo pagos e a paz no Delta do Níger estava ameaçada.

No entanto, segundo a correspondente, a decisão é sem precedentes no país.

A moção significa que os senadores, efetivamente, decidiram que uma entrevista de rádio gravada pela BBC com o presidente nigeriano no hospital saudita serviu como notificação formal de que ele estava doente.

De acordo com a Constituição nigeriana, o presidente precisa notificar o Parlamento com uma carta no caso de doença. E, com esta carta, o presidente deve entregar o poder ao vice.

Esta última decisão significa que os senadores acreditam que uma rápida entrevista de rádio também pode servir para este propósito.

O gabinete de governo nigeriano insistia anteriormente que o presidente ainda era capaz de continuar no cargo. Mas, ultimamente, começaram a surgir ministros que não concordavam com a permanência de Yar"Adua.






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