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Internacional
Quarta - 03 de Fevereiro de 2010 às 20:31

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A América Latina enfrenta "numerosas e complexas" ameaças em termos de segurança e estabilidade militar que põem em risco o equilíbrio regional, segundo um estudo lançado nesta quarta-feira pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês).

Segundo o relatório "Military Balance 2010" ("Balanço Militar 2010"), essas ameaças seriam "a deterioração da democracia, o temor de um fracasso do Estado, o crime organizado transnacional, o terrorismo, as guerrilhas, o tráfico de armas, drogas e pessoas, a concorrência pelos recursos naturais, a degradação ambiental e a perda da coesão social".

O documento afirma que, frente a estas ameaças, os países latino-americanos têm atualmente a "necessidade e a oportunidade de fazer um esforço coletivo a favor da segurança da região".

De acordo com o estudo, essa necessidade surge não apenas por conta dessas ameaças, mas também pela "falta de apetite" dos Estados Unidos em mediar os conflitos na região.

Cooperação

O relatório destaca ainda os esforços dos governos da América Latina em termos de cooperação regional nas áreas de defesa e segurança.

Segundo o documento, a criação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Conselho de Defesa da América do Sul (SADC) seriam exemplos de que os países sul-americanos estariam agindo para lidar com a segurança do continente.

Mas os analistas afirmam que essas iniciativas ainda não seriam suficientes para lidar com ameaças transnacionais e que faltaria "arquitetura institucional" para tentar combater esse problema.

Apesar de destacar a "fragilidade" da cooperação regional, o relatório destaca os esforços bilaterais de cooperação.

"Apesar de a cooperação em matéria de segurança permanecer fraca, vínculos militares e de segurança limitados existem bilateralmente", afirma o documento.

De acordo com o estudo, o reforço dos governos do México e da Colômbia na relação militar com os EUA e o desenvolvimento de vínculos entre a Venezuela e China, Irã e Rússia seriam exemplos dessas práticas bilaterais.

De maneira geral, o balanço indica que houve um aumento no gasto militar da região em 2009.

Brasil

O documento destaca ainda os esforços militares do Brasil no período e afirma que o país lançou "um ambicioso programa de modernização militar".

Entre as medidas destacadas pelo estudo está a criação da Secretaria de Produtos de Defesa, que centralizará as aquisições militares previstas no novo programa.

Além disso, o documento destaca ainda o fato de que o Brasil está relacionando a aquisição militar ao desenvolvimento nacional, "promovendo ativamente a transferência de tecnologia e o investimento estrangeiro direto na indústria de defesa".

O IISS ressalta ainda que, dentro da modernização prevista no Brasil, o país "está interessado agora em desenvolver tecnologia nuclear para a propulsão de submarinos".

O relatório cita, no entanto, o impacto da crise financeira no país, que obrigou o governo a atrasar os planos de renovação de frotas devido aos problemas econômicos.






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