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MT Eleições 2014
Sábado - 30 de Janeiro de 2010 às 13:43
Por: Edilson Almeida

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Atenção candidatos! Se você já foi condenado em primeira instância por qualquer crime, vai um aviso: a barra vai ficar pesada, rapaz! O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) em Mato Grosso anunciou que pretende publicar a sua ficha - e de cada um em situação semelhante - “para que o eleitor possa separar o joio do trigo, e não votar em político corrupto”, segundo o coordenador do movimento, Antônio Cavalcante Filho, o “Ceará”. Essa será apenas uma das muitas medidas que o MCCE pretende adotar para que o eleitor não erre na hora de votar em outubro.

O MCCE pretende dialogar com entidades que possam ajudar a excluir os “ficha suja” do processo eleitoral. Se não judicialmente, já que a mudança da legislação não veio a tempo, pelo menos no campo eleitoral, visando uma forte campanha para que a população seja informada e sensibilizada sobre quem é quem em busca de cargos eletivos.  A estratégia, segundo  revela “Ceará”, é de “provocar as instituições” para que elas possam cumprir com o seu papel.

O ativista político lembra que  Mato Grosso “é prodigioso em grandes escândalos”. Entre outros, destacou a Operação Sanguessuga, da Polícia Federal, que investigou a atuação da chamada ‘máfia das ambulâncias’. Segundo ele, esse esquema foi arquitetado e executado em sua maioria por empresas e políticos deste Estado. “Apenas para citar um pequeno exemplo” – comentou.  “Políticos enrolados com este e outros escândalos nem sempre tiveram a candidatura impedida. Alguns disputaram eleição e foram rejeitados pelo voto popular”.

Apesar de o projeto para excluir candidatos que estejam respondendo processos criminais transitado em julgado em primeira instância, o coordenador do MCCE diz que pretende dialogar com o Judiciário Eleitoral e com o Ministério Público, objetivando impedir o registro dos chamados candidatos “ficha suja”. Disse também que vai buscar o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT)para que  fiscalize o trabalho dos cabos eleitorais no período da campanha. “Também queremos publicar na internet a ficha dos candidatos,– prometeu. 

A participação das instituições, segundo ele, é fundamental. Ele cita como exemplo a assepsia que vem sendo feito na Câmara de Cuiabá. “Dos 19 vereadores de Cuiabá, eleitos em 2008, dois tiveram seus mandatos cassados pelos próprios pares, por provocação do MCCE, ainda no primeiro ano de mandato (2009). Mas antes, ainda no período de campanha, ambos foram denunciados à Justiça Eleitoral, ao Ministério Público e à Polícia Federal. Assim mesmo se elegeram de modo irregular e exerceram seu mandato contra os interesses do povo. A função de cassar mandato, ainda que seja por crime de responsabilidade, é da  Justiça. “Então precisamos dialogar muito com juízes e promotores, neste ano” - acetuou.

Mato Grosso, segundo Cavalcante Filho,  tem particularidades em relação a outros estados. A primeira delas é o tamanho, as distâncias. “Há lugares que, em algumas épocas do ano, o acesso só é possível se o trajeto for feito por barcos ou avião. Mas ali, nesses locais, tem gente morando. São ribeirinhos, garimpeiros, seringueiros e índios. Uma população altamente suscetível à compra de voto, pressionada por políticos” - observou.

Além da compra de voto, feita também nos bolsões de pobreza, o coordenador do MCCE observa ainda como fator fundamental de ação impedir  o uso da máquina pública, da estrutura de prefeituras, de hospitais, etc, para influenciar no voto do eleitor. “Combatemos com toda a força os “tele candidatos”, políticos que usam rádio e televisão para a campanha. Em média, 15% dos ocupantes de cargos eleitos (deputados, vereadores) têm palanques em rádios e tevês” - comentou.


“Ceará”, por outro lado, se disse otimista com a possibilidade de aprovação pelo Congresso Nacional do Projeto de Lei de iniciativa popular que barra os “ficha sujas”. Ele lembrou que o engajamento da sociedade nesse debate foi muito animado. “Foram colhidas muitas assinaturas e havia poucas entidades efetivamente empenhadas na divulgação do projeto de lei e na coleta de assinaturas. Mas o povo deu um sinal positivo, acessando o site do Comitê de Mato Grosso (www.mcce-mt.org) e imprimindo os abaixo assinados. O Ministério Público Federal ajudou a divulgar a campanha, assim como o Ministério Público Estadual, também muito receptivo” – frisou.






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