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Polícia Brasil
Sexta - 29 de Janeiro de 2010 às 21:27

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O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Santa Catarina Altair Lavratti e mais duas pessoas ligadas ao movimento foram presos nesta sexta-feira e ontem sob a acusação de planejar invasões em Imbituba, no litoral do Estado. Um quarto suspeito está foragido.

Segundo o Ministério Público Estadual e a Polícia Militar, os sem-terra pretendiam invadir terrenos da Zona de Processamento de Exportação da cidade e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

A ação ocorreu na mesma semana em que nove pessoas foram presas no interior de São Paulo por suspeita de envolvimento na depredação, ocorrida em 2009, de uma fazenda da multinacional Cutrale.

A promotora Nádea Bissoli, que pediu as prisões em Santa Catarina, disse que escutas telefônicas e informações de agentes infiltrados desde dezembro justificaram a detenção antes de os militantes efetuarem as invasões.

De acordo com Bissoli, os três presos praticaram formação de quadrilha e incitação à violência e poderiam ter causado dano, lesão corporal e prejuízo ao ambiente.

As investigações apontaram que as invasões ocorreriam amanhã. Segundo o MP, foram prometidos cinco hectares de terra no valor de R$ 15 mil a cada uma das 160 famílias previstas para participar das ações. A PM manterá barreiras na estrada para impedir a chegada de sem-terra à cidade.

"Imbituba é uma cidade turística, não tem cultura agrária. Tudo que se fez foi evitar invasões em função do choque social que trariam para a cidade. Essas famílias morariam em barracas e o município teria que bancá-las", disse Bissoli.

O major da PM Evaldo Hoffmann, que comandou as prisões, negou preconceito contra o MST e se disse preocupado com a condição social em que os invasores viveriam. Segundo ele, a cidade é um "paraíso" e seria um "contraste ver pessoas morando sob lonas pretas".

Outro lado

Em nota, o MST negou qualquer crime ou intenção de invadir terras em Imbituba e afirmou que a reunião em que seu líder estadual foi preso discutia o despejo de famílias da cidade.

"Pelo que se entende a partir desta ação, reuniões que envolvam sindicalistas e lutadores sociais passam a ser "suspeitas" e, sendo assim, são passíveis de interrupção e prisão [...]. Conversar e organizar, por uma vida melhor, passa a ser coisa de "bandido"", criticou o MST.






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