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Meio Ambiente
Terça - 26 de Janeiro de 2010 às 15:10
Por: Fabiano Ávila

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Uma nova análise das temperaturas globais feita pela agência espacial revelou que o período entre janeiro de 2000 a dezembro de 2009 foi o mais quente já registrado e que o ano passado teria sido o de maior calor já visto no Hemisfério Sul.

Desde 1880, quando surgiram os primeiros instrumentos modernos para monitorar a temperatura precisamente, nunca uma década teve temperaturas médias tão elevadas quando a que acaba de terminar, concluiu um relatório da NASA divulgado na quinta-feira (21/01).

O ano de 2009 ficou em segundo lugar como o mais quente já registrado, virtualmente empatado com 1998, 2002, 2003, 2006 e 2007, atrás apenas de 2005. Porém, se considerado somente o Hemisfério Sul, o ano passado foi o que registrou a mais alta temperatura média em mais de 100 anos catalogados.

Segundo o Instituto Goddard de Estudos Espaciais (GISS), um braço da NASA, nos últimos trinta anos se verificou a tendência de um aquecimento de 0,2°C por década. No total, a temperatura média global teria subido 0,8°C desde 1880.

“Sempre existe interesse nos números anuais de temperatura e no ranking, mas essa classificação muitas vezes confunde as pessoas. Existe uma grande variação da temperatura a cada ano por causa de fenômenos como o El Niño-La Niña. Quando nós calculamos a temperatura média de cinco ou dez anos para minimizar essa variação, o que realmente importa é que percebemos que o aquecimento global continua com toda a força”, afirmou James Hansen, diretor do GISS.

As altas temperaturas médias em 2009 aconteceram apesar do incrível frio registrado em dezembro na América do Norte. Altas pressões de ar no Ártico teriam diminuído o fluxo lateral dos ventos, estimulando a tendência do vento gelado soprar do norte para o sul. O resultado disso foi a presença constante do ar gelado por muito do território da América do Norte, que sofreu com o frio enquanto o Ártico em si ficava mais quente.

Metodologias diferentes, resultados semelhantes

Para conduzir suas análises, o GISS utilizou dados de mais de mil estações meteorológicas ao redor do mundo, assim como de observações de satélites da temperatura da superfície dos oceanos e de medidas de estações de pesquisa na Antártida.

Outros grupos que também estudam a temperatura global utilizam diferentes técnicas, porém os resultados para a última década são parecidos. O Centro Nacional de Dados Climáticos (NCDC) dos EUA, por exemplo, registrou em 2009 temperaturas 0,56°C acima da média, classificando-o como o sexto mais quente da história. No entanto, o NCDC reconhece que a última década foi a mais quente dos últimos 130 anos.

“Existem algumas diferenças entre os resultados do GISS com outras pesquisas, mas todos parecem concordar que na última década o aquecimento global não parou”, concluiu Hansen.






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