Deputado da meia recorre da decisão que o tirou da presidência da Câmara do DF
O deputado distrital Leonardo Prudente (sem partido), flagrado colocando dinheiro na meia, entrou na tarde desta quinta-feira com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para suspender liminar do TJ-DF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal) que determinou o seu afastamento da presidência da Câmara Legislativa.
Na terça-feira, o tribunal rejeitou o recurso da Câmara para manter Prudente na presidência da Casa. Com a decisão, deferida pelo presidente do tribunal, Níveo Gonçalves, o vice-presidente da Câmara Cabo Patrício (PT) assumiu interinamente o cargo.
Na decisão, Gonçalves diz que o afastamento de Prudente não afeta o andamento dos trabalhos na Casa. "Não vislumbro, pelo menos no presente momento, qualquer violação à ordem pública a ser corrigida por meio do remédio excepcional", diz o desembargador na decisão.
O deputado distrital Geraldo Naves (DEM), aliado de Prudente, afirmou nesta quinta-feira que o colega deve anunciar nos próximos dias sua renúncia à presidência da Câmara. Segundo Naves, Prudente avalia a melhor maneira de deixar definitivamente o comando da Casa.
Ontem, o tribunal notificou Prudente da decisão sobre o seu afastamento da presidência. "Ele [Prudente] já manifestou o desejo de não continuar à frente disso tudo. Ele tem o prazo e vai se afastar por ele mesmo. Acho que vai ser por esses dias. (...) Ele disse que tem intenção, se vai renunciar, pedir licença, como vai se afastar, isso é uma questão dele", disse Naves.
Com a renúncia, uma nova eleição será convocada. A manobra evitaria mais desgaste a Prudente, além de impedir que o comando da Casa e o controle da tramitação dos pedidos de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (sem partido), que também é acusado de envolvimento no suposto esquema de pagamento de propina, fiquem sob os cuidados do vice-presidente da Casa, Cabo Patrício (PT).
Comentários