Peemedebista assume Paiaguás e terá, como vantagens, o poder da máquina e aproximação com a classe política, mas enfrenta problemas por causa do discurso, do "efeito Bezerra" e da carga tributária
Pré-candidato, Silval tem a máquina, mas enfrenta críticas pelo efeito divisão de MT
Com um perfil "light", Silval tem a vantagem de agregar a classe política, mesmo fazendo parte de um governo que se mostra mais técnico. Terá a seu favor o fator reeleição. Desde que foi instituída, a regra que permite ao gestor disputar o segundo mandato consecutivo tem beneficiado aquele que já ocupa o cargo. Foi assim na corrida à Prefeitura de Cuiabá, com as reeleições de Roberto França e Wilson Santos. O mesmo aconteceu no governo estadual, com Dante de Oliveira e Blairo Maggi.
A partir de 31 de março, Silval toma posse como governador e, no cargo, buscará a reeleição. Vai ter sob seu controle um orçamento de praticamente R$ 8 bilhões de uma máquina com quase 100 mil servidores. Isso dá ao peemedebista poder de barganha, inclusive para cooptar aliados em troca de cargos. São cerca de quatro mil em funções comissionadas. Outra vantagem atribuída ao pré-candidato peemedebista é o fato deste não atrapalhar projetos futuros dos chamados caciques políticos, pois, se eleito, permanecerá governador no máximo até 2014, já que uma terceira recandidatura não seria possível.
Quanto aos obstáculos, o pré-candidato enfrenta o que se chama de falta de bandeira e também patina no discurso. Carrega sobre os ombros o desgaste de um governo que já está no oitavo ano de mandato, o que motiva muitos eleitores a pregarem a renovação. A influência do cacique do PMDB, deputado Carlos Bezerra, atrapalha Silval tanto nas composições políticas quanto junto ao eleitorado. Ex-prefeito de Matupá, Silval leva desvantagem também por ser oriundo de um município com baixa densidade eleitoral se comparado a outros possíveis concorrentes, como Mauro Mendes (PSB) e Wilson Santos (PSDB), que são de Cuiabá. Outro problema é a rejeição de alguns empresários ao nome do governista por causa da pesada carga tributária mantida pela atual gestão.
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