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Terça - 05 de Janeiro de 2010 às 03:54
Por: Carlos Martins

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Moradores estão em estado alerta
Moradores estão em estado alerta

A cada chuva que cai na Capital, como a que ocorreu no fim de semana, pelo menos 4.800 famílias vivem em constante sobressalto. Elas moram em áreas de risco, principalmente às margens de córregos, que transbordam, e as águas invadem terrenos e casas. Um desses lugares fica próximo ao Córrego Gumitá, bairro Novo Horizonte, onde desde 2001, depois de uma chuva que durou cinco horas e provocou a morte de 15 pessoas, famílias esperam ser transferidas ou indenizadas pela prefeitura para se mudarem para outros locais.

"Quando começa a chover forte, os moradores abandonam as casas com as crianças. O medo é morrer afogado. A água sobe muito rápido", diz Laura Aparecida Rocha de Oliveira. Ela mora com o marido Lucas Olário da Silva nos fundos da casa do sogro, Manoel Nascimento da Silva, 69, na rua Goiás, que fica ao lado do córrego Gumitá. Mãe de um bebê de 8 meses, Laura diz que o medo é por causa dos relatos de que em 2001 a água chegou a encostar na janela da casa do sogro. Além das mortes, a chuva na ocasião deixou 1.300 famílias desabrigadas.

Um vizinho que mora perto dali, Francisco Gomes de Queiroz, 47, conta que está no local há 20 anos. Ele mora com a mulher Ana Benedita, 45, e três filhas numa casa que construiu aos poucos e que também é invadida pelas águas quando chove. No ano passado, ele pagou R$ 220 de IPTU. A partir deste ano, segundo informações junto à prefeitura, não precisa pagar mais o imposto. "Desde 2001 estas casas estão condenadas pela prefeitura. Inclusive disseram para não fazermos investimento, porque é dinheiro jogado fora".

Entre os dois vizinhos, um ponto em comum. Ambos compraram os terrenos onde vivem e as casas são escriturados. "Moro aqui há 30 anos e minha casa tem 8 peças. Não posso fazer nenhuma reforma porque a prefeitura não permite, mas não quero ir para uma casa com 4 peças. Fui ver uma casa destas que a prefeitura está construindo e minha cama não cabia no quarto", reclamou. Tanto seu Manoel, como Francisco, querem ser indenizados pela prefeitura para, com o dinheiro, escolherem onde morar.

A Associação de Moradores do Bairro já realizou reuniões na Câmara Municipal com os vereadores para encontrar uma solução. "Já estou desanimado. Essas reuniões acontecem e não adianta nada", reclama Manoel, que mora na casa junto com dois netos. "Na reunião disseram que quem possui escritura será indenizado. Estamos esperando", reforça Laura, nora do seu Manoel.

Quilombo - Dez famílias que viviam em uma área invadida nos fundos do Residencial Sucuri ainda continuam vivendo precariamente no Ginásio do Quilombo para onde foram transferidas em dezembro de 2008. A promessa era que até o Natal elas seriam transferidas para casas construídas pela prefeitura no bairro Vila Nova do Coxipó. Em dezembro passado, as famílias tinham preferência para se mudar, mas concordaram que outras 23 que estavam alojadas de maneira mais precária no Ginásio da Lixeira fossem transferidas primeiro.


 




Fonte: A Gazeta

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