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Politica Brasil
Segunda - 21 de Dezembro de 2009 às 16:11

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que uma chapa puro sangue no PSDB, reunindo os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), pode ser prejudicial para o desempenho da oposição. Além disso, minimizou o mal-estar provocado na cúpula do PMDB com seu pedido para que o partido apresente uma lista tríplice para a escolha do vice da ministra petista Dilma Rousseff (Casa Civil).

Aécio desistiu da disputa interna no PSDB, para ser o candidato do partido à Presidência, em favor de Serra. Os tucanos querem, no entanto, que ele seja o vice do governador de São Paulo, ideia que vem sendo recusada pelo mineiro.

"Não sei [sobre a chapa puro sangue no PSDB]. Eu acho que num time de futebol... não sei se dois coutinhos, se dois tostões, se dois Dirceus Lopes dariam certo no mesmo time. Não sei. Às vezes, é preciso fazer uma composição diferenciada para poder dar certo, então... mas aí o PSDB que decide", disse Lula.

Sobre a lista tríplice do PMDB, o presidente disse que os peemedebistas têm autonomia para apresentar o nome de vice, mas que cabe a ministra decidir sobre o assunto.

"Essa questão da lista é quando as pessoas transformam o óbvio em novidade. Eu disse que quem cuida disso é a Dilma. Ela tem que sentar com os aliados e discutir a vice. No momento certo, todos vão sentar e discutir e não quero nem estar perto. O PMDB tem todo o direito de apresentar um nome. O meu vice fui eu quem escolhi", afirmou.

Ele disse ainda que a desistência do governador de Minas Gerais de disputar a Presidência em 2010 pode não ser definitiva e deve ter sido provocada pelo "jogo" interno do PSDB para que Serra seja o candidato.

Na avaliação de Lula, a saída de Aécio não provoca mudanças na estratégia do PT de polarizar as próximas eleições, comparando o projeto do seu governo e a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O presidente afirmou que não sabe se a decisão do governador mineiro pode ser revertida e que não muda nada para a pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff. "Não sei se o Aécio explicitou, porque tomou essa decisão. Se é definitiva ou se é jogo de pressão eu não sei. Para a Dilma não muda muita coisa. Seja com Serra ou com Aécio, a estratégia montada vai ser a mesma. Nós queremos é uma campanha polarizada com dados comparativos dos dois governos", afirmou.

O governador de Minas anunciou na quinta-feira a desistência à pré-candidatura à Presidência. Ao ler a carta endereçada ao presidente do PSDB, Sérgio Guerra, Aécio alertou para o perigo da eleição plebiscitária --defendida pelo PT.

Aécio também criticou a estratégia do PT de mostrar o país dividido entre ricos e pobres no último programa eleitoral veiculado em cadeia de TV.

"Devemos estar preparados para responder à autoritária armadilha do confronto plebiscitário e ao discurso que perigosamente tenta dividir o país ao meio, entre bons e maus, entre ricos e pobres. Nossa tarefa não é dividir, é aproximar. E só aproximaremos os brasileiros uns dos outros, através da diminuição das diferenças que nos separam", diz ele na carta.

Lista tríplice

A frase de Lula sobre uma lista tríplice causou mal-estar na cúpula do PMDB, que trabalha para lançar o presidente licenciado do partido e presidente da Câmara, Michel Temer (SP), como candidato a vice de Dilma em 2010.

Hoje, o presidente não poupou elogios ao peemedebista. "O Temer é um bom companheiro, tem sido de muita lealdade, um bom presidente da Câmara, mas não quero que digam que eu quero que seja o Temer ou não. Quero que a Dilma converse com o PMDB", disse.

A cúpula do partido cobrava uma declaração pública de Lula para dar fim ao mal-estar. Na semana passada, o presidente ficou ao lado de Temer durante a abertura da Confecom (Conferência Nacional de Comunicação).

Em clima de harmonia, os dois caminharam lado a lado e tiveram uma rápida conversa --que, segundo interlocutores de Temer, não incluiu o episódio.

Líderes do PMDB chegaram a divulgar nota na qual anunciaram que não descartavam lançar candidato próprio ao Palácio do Planalto no ano que vem e classificaram a declaração de Lula de "intromissão de terceiros" no partido.

"O PMDB, maior partido do Brasil, não vê como devida a intromissão de terceiros, por mais respeitáveis que sejam, em assuntos de sua exclusiva competência interna", diz a nota.





Fonte: Folha Online

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