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Meio Ambiente
Quinta - 17 de Dezembro de 2009 às 15:43

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O presidente Luís Inácio Lula da Silva descartou a responsabilidade de países em desenvolvimento sobre a mudança climática e voltou a cobrar os países desenvolvidos. Segundo Lula, as nações ricas devem assumir metas mais ambiciosas de redução de emissões de gases do efeito-estufa, "à altura de suas responsabilidades históricas".

"É inaceitável que os menos responsáveis pela mudança climática sejam suas primeiras e principais vítimas [do aquecimento global]", afirmou o presidente. "As fragilidades de uns não podem servir de pretexto para o recuo e vacilação de outros. Não é politicamernte racional nem moralmente justificável colocar interesses corporativos e setoriais à frente do bem comum da humanidade", observou Lula.

"Esta ambição [de redução] será vazia, se não houver compromissos claro de curto e médio prazo. Os países desenvolvidos devem assumir metas ambiciosas de redução de emissões, à altura de suas responsabilidades históricas."

Lula mencionou ainda que a meta de corte do Brasil, entre 36,1% e 38,9% até 2020, terá custo de US$ 16 bilhões anuais. "Isso não é para barganhar, é um compromisso que assumimos", afirmou. "Se quisermos realmente ser ambiciosos, a meta de redução deve ser de 40%."

Em discurso durante a 15ª Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP-15), em Copenhague, o presidente atrelou o tema à exclusão social.

"A mudança do clima é um dos problemas mais graves que enfrenta a humanidade. Controlar o aquecimento global é fundamental para proteger o meio ambiente, permitir o crescimento econômico e superar a exclusão social", disse Lula durante breve discurso na conferência.

"O combate à mudança do clima não pode fundamentar-se na manutenção da pobreza. A mitigação é essencial. Mas a adaptação é um desafio prioritário para os países em desenvolvimento, sobretudo para as pequenas ilhas e países sujeitos à desertificação, especialmente na África."

Cobrança

Com um discurso enviesado aos países desenvolvidos, o presidente apontou a necessidade de selar compromissos em Copenhague. "Precisamos ter referências para metas de corte. Muitos países em desenvolvimento estão contribuindo, mesmo na ausência de recursos", disse o presidente.

O presidente apelou ao financiamento e apoio tecnológico de países ricos para nações pobres.

Lula também criticou a regulação do fundo climático global a partir de mecanismos de mercado. "Mecanismos de mercado podem ser muito úteis, mas nunca terão magnitude ou previsibilidade que realmente queremos."

"O veredicto da história não poupará os que faltarem com as suas responsabilidades neste momento", finalizou o presidente.

Com Reuters





Fonte: Folha Online

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