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Meio Ambiente
Quinta - 17 de Dezembro de 2009 às 02:44
Por: Renê Dióz

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Dados ainda parciais dão conta de que maior volume de chuvas e implementações feitas no combate ao fogo favoreceram ultrapassagem da meta de diminuição

Mato Grosso deve iniciar 2010 com números extremamente positivos no aspecto ambiental, pelo menos a respeito de queimadas. Isto porque a atual soma de focos de incêndio experimentou novamente uma redução dramática. O ano deve fechar com 34 mil focos no Estado, cerca de 60% a menos que o total registrado no ano passado. Os dados de 2009 ainda são parciais, mas não devem mudar muito até a virada do ano, quando a Gestão do Fogo estadual deve comemorar o fato de ter superado a meta de reduzir os focos, que era de 30% para este ano.

Esta não é a primeira análise otimista sobre a questão das queimadas em Mato Grosso nos últimos anos. Os números já experimentaram uma queda semelhante entre os anos de 2007 e 2008: o total de focos de queimada caiu de 180 mil para 84 mil, redução superior a 53%.

O panorama deste ano foi apresentado ontem, durante uma reunião dos gestores do fogo estaduais, em que foi feito um balanço do fogo em Mato Grosso durante o ano e das perspectivas para a continuidade do trabalho preventivo e de combate – que este ano foi favorecido, entre outros, pelas chuvas intensas, pela descentralização dos serviços, pela contratação de oito aeronaves e de brigadas temporárias para combater as chamas.

A respeito do trabalho a ser empreendido em seguida, este deverá ser dobrado, segundo prevê o coronel Alessandro Borges, do Corpo de Bombeiros. Ele aponta novos desafios para continuar mantendo Mato Grosso em redução nos focos de queimada (o Estado já está atrás do Pará e do Maranhão nos números nacionais e a Bahia ameaça também a ultrapassá-lo). Basicamente, a gestão do fogo terá de intensificar sua atuação junto aos assentamentos e às tribos indígenas no Estado.

Nos dois casos, o poder público precisa fornecer subsídios para que as populações dependentes da lida com a terra tirem dela o necessário, mas sem perder o controle das queimadas utilizadas para limpar os terrenos. Pois são aos assentados e aos indígenas que muitos geralmente atribuem a culpa pelas queimadas, mas a realidade é que ambos precisam de orientação, como considera Borges.

Em relação aos assentados, inclusive, a gestão estadual do fogo já tem até um mapeamento de onde será necessário intervir: áreas em Nova Ubiratã, Cotriguaçú, Colniza e Nova Bandeirantes. Já nas terras indígenas, a intenção é formar em todas elas brigadas com os próprios índios, um trabalho que já tem sido feito. Os povos devem se tornar mais aptos a controlar o fogo que tocam na mata. E, principalmente, durante a seca, como enfatiza Borges, período de eventos que envolvem queimadas, como caçadas, casamentos e formação de novos guerreiros.





Fonte: Diário de Cuiabá

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