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Politica Brasil
Sexta - 11 de Dezembro de 2009 às 12:46
Por: Romilson Dourado

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O fenômeno do segundo voto para o Senado se tornou o principal motivador das pré-candidaturas majoritárias do procurador da República Pedro Taques e do deputado federal Carlos Abicalil (PT). Em princípio, ambos estavam dispostos a buscar cadeira à Câmara Federal mas, como cada eleitor tem direito a votar em dois nomes para escolha de dois terços das vagas ao Senado, eles mudaram o foco porque entendem ter boa chance de eleição. Querem correr por fora da candidatura de Blairo Maggi (PR), que já desponta nas pesquisas de intenção de voto, como revelou o instituto Mark.

Analistas de plantão observam que, apesar do governador ser hoje o mais cotado para o Senado, pode vir a se surpreendido nas urnas, como aconteceu com Dante de Oliveira em 2002. Naquela época, o então tucano havia deixado o Palácio Paiaguás, após sete anos e três meses no comando do Estado e, mesmo com aprovação popular acima dos 70%, perdeu na disputa ao Senado. O comentário na época era de que Dante já estava com a vaga garantida. O efeito do segundo voto acabou levando-o à derrota. Em meio a oito candidaturas, os principais grupos se afunilaram a três nomes. De um lado, o tucanato apostava em Dante. Petistas corriam por fora com a então deputada estadual Serys Marly, enquanto o bloco de Maggi fazia campanha pelo nome do senador Jonas Pinheiro (ex-PFL), que buscava a reeleição. Até mesmo as pesquisas apontam Dante como provável eleito.

Na hora do voto, milhares de eleitores mais simpáticos à turma da botina (grupo de Maggi), registraram o primeiro voto para Jonas. Já o segundo foi contabilizado para Serys, como espécie de voto de protesto ao PSDB de Dante e do então candidato a governador Antero de Barros. Na outra ponta, ocorreu o mesmo efeito. Aliados de Dante votaram no próprio tucano e preferiram dar o segundo voto para Serys. Resultado: a petista levou a segunda vaga. Teve 135.741 votos a mais que Dante. No geral, Jonas se reelegeu como o mais votado: 612.965 votos, enquanto Serys obteve 575.539. Dante ficou com 439.798 votos, amargando a terceira colocação. Blairo Maggi não admite mas, no fundo, sabe que corre risco de vir a ser surpreendido por candidaturas como de Taques e Abicalil. O primeiro, pelo visto, não abre mão do projeto político. Já em fevereiro se desvincula do Ministério Público Federal para intensificar a campanha ao Senado. Abicalil enfrenta uma disputa interna com Serys, que está disposto a ir para as prévias. As pesquisas mostram que, entre os dois petistas, o nome com maior densidade eleitoral hoje é do deputado federal. Embora não pontue com alto índice nas intenções de voto, Taques é tido como um "candidato leve". Seu nome não traz desgaste, tem perfil técnico e, pela atuação firme e contundente no MPF, principalmente contra personalidades políticas e empresariais denunciadas por corrupção e outros crimes em Mato Grosso, acabou ganhando notoriedade. Abicalil é ligado ao segmento da educação, faz trabalho forte nos bastidores e tem respaldo da cúpula nacional do PT.

Paradigma

Desde a década de 1980, governador que renuncia para disputar o Senado acaba derrotado, tanto no pleito com uma quanto com duas vagas. Maggi vai se juntar aos ex-governadores Garcia Neto, Carlos Bezerra e Dante na galeria de derrotados à senatória ou se tornar o primeiro chefe do Executivo estadual a chegar ao Congresso Nacional como aquele que, de fato, quebrou paradigma. Trata-se de uma operação de risco encarar eleição com duas cadeiras em jogo, como será em 2010. O eleitor vota em dois. A complexidade e insegurança se constata mais na hora do segundo voto. Não e à-toa que outros nomes ensaiam candidatura, como do procurador de Justiça Paulo Prado e dos deputados estaduais Otaviano Pivetta (PDT) e Percival Muniz (PPS).





Fonte: RD News

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