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Quinta - 10 de Dezembro de 2009 às 01:47
Por: Fernando Duarte

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3 funcionárias da Unemat tinham cópia das provas em arquivos pessoais e investigação segue para saber se houve comercialização

O maior concurso público da história de Mato Grosso foi fraudado. Os investigadores descobriram que os cadernos de provas, as respostas e as justificativas das respostas estavam em computadores e pen drives apreendidos e foram manuseados por Sandra Raquel de Almeida Cabral, Renilse Miranda Cebalho Barbosa e Geyhsa Atala Gomes Curvo fora do local onde era permitido. Todas elas eram ligadas diretamente à elaboração dos questionários por trabalharem na Comissão de Vestibulares da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat). Apesar disso, a universidade continua na organização do certame. As 3 são acusadas de violação de sigilo funcional, o que dá pena de 2 anos a 6 anos de prisão. Caso seja confirmado que houve comercialização e/ou distribuição dos cadernos, a punição pode ser aumentada.

Foram feitos 2 trabalhos de investigação. Um pelo Ministério Público Estadual e outro pela Delegacia Fazendária, responsável pela análises dos boletins de ocorrência feitos por candidatos.

Depois da apreensão e investigação das máquinas e dos pen drives por peritos do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia Técnico Científica (Politec) da Polícia Civil, foram encontrados 10 mil arquivos, o que resultou em torno de 400 gigabytes de informação. Os arquivos, no entanto, tinham sido deletados das máquinas por meio de um programa usado por um especialista. Acredita-se que as envolvidas não tinham conhecimento para deletar as informações daquela maneira e precisaram da ajuda de alguém para tentar apagar as "provas".

Dos 10 mil arquivos investigados e recuperados, 12 estavam com senha para acesso. Foi isso que atraiu os peritos, que desenvolveram uma contra-senha para abrir os documentos. "O que mais chamou a atenção é que as provas estavam com as justificativas das respostas", disse o perito em crimes de informática da Politec Aurélio Willy.

Os comentários das respostas apontam que, caso a investigação mostre que outras pessoas tenham recebido os cadernos, seriam mais convincentes na argumentação. "Isso apenas já caracteriza crime", argumentou o coordenador do Gaeco, Paulo Prado.

A promotora de Cáceres, Januária Dorileo, disse que até amanhã termina de ouvir os suspeitos. "Quando chama uma pessoa para prestar depoimento, esta acaba apontando o nome de outra".

Ela estima de 10 a 15 dias para oferecer denúncia à Justiça, o que pode acontecer com a inclusão de outros crimes, caso seja comprovada a comercialização e/ou distribuição das provas.

Existe mais um suspeito de envolvimento, segundo os promotores. O policial militar André Luiz Castrilon está entre os investigados. As acusadas não foram encontradas pela reportagem para comentar o caso.





Fonte: A Gazeta

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