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Nacional
Terça - 08 de Dezembro de 2009 às 15:41

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A cúpula do DEM mobiliza os integrantes da Executiva Nacional para que permaneçam em Brasília na sexta-feira, quando deve ser decidida a expulsão do governador José Roberto Arruda (DEM) da legenda. Normalmente, os parlamentares voltam para seus Estados na quinta-feira à noite.

Para evitar que a defesa de Arruda invalide a decisão se a reunião da Executiva ocorrer na quinta-feira, como havia sido marcado inicialmente, a cúpula do DEM tenta convencer os democratas a adiarem seu retorno aos Estados para que a definição ocorra nesta sexta.

"Estamos telefonando, pedindo que fiquem em Brasília, que estejam na reunião da Executiva. Houve falha na leitura da data do processo, quando fizeram o cálculo, viram que termina no final da quinta-feira. Por isso a reunião deve ocorrer na sexta", disse o líder do DEM na Câmara, deputado Ronaldo Caiado (GO).

Advogados de Arruda prometem contestar a expulsão se ela for efetivada na tarde de quinta-feira, como havia sido marcado pelo partido. A defesa do governador argumenta que o prazo para Arruda apresentar sua defesa acaba no final deste dia, e não no início da tarde --o que poderia inviabilizar a decisão do DEM, uma vez que o partido deu oito dias para o governador apresentar defesa.

O relator do processo no partido, ex-deputado José Thomaz Nonô (DEM), vai analisar a defesa de Arruda antes de apresentar sua posição à legenda.

Caiado, favorável à expulsão de Arruda do DEM, disse que o partido não vai deixar a decisão sobre o futuro político do governador para a semana que vem. O presidente da legenda, deputado Rodrigo Maia (RJ), também disse que até sexta-feira o partido decide se Arruda permanece ou não nos seus quadros.

O líder do DEM disse que, depois de discutir a situação do governador, o partido vai analisar as denúncias contra deputados distritais e o vice-governador do DF, Paulo Octavio (DEM), acusados de participação no suposto esquema de pagamento de propina a aliados de Arruda na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

"Não estou diminuindo a gravidade do caso, mas como tratamos primeiro da denúncia mais importante, resolvendo essa questão na sexta-feira, os outros serão tratados posteriormente. Estamos fazendo o que outros partidos não fizeram. Pegamos a figura mais importante e depois pegaremos as menores", afirmou.

O líder democrata disse que o presidente afastado da Câmara Legislativa, deputado Leonardo Prudente (DEM), terá o "mesmo tratamento" a ser aplicado a Arruda no caso. Prudente foi flagrado em vídeo por Durval Barbosa, ex-secretário de Arruda, colocando dinheiro do suposto mensalão do DEM nas meias.

Caiado negou que o DEM esteja "blindando" Paulo Octavio para que o vice-governador seja uma espécie de "plano B" para o partido nas eleições ao governo do Distrito Federal em 2010. "Se essa tese fosse verdadeira, por que não blindar o governador? Estamos tratando por etapas, iniciamos na mais importante. Só estamos fazendo as coisas como elas devem ser feitas."

Nos bastidores, uma ala do DEM trabalha para preservar o vice-governador. Como não há até agora imagens de Paulo Octavio recebendo dinheiro no mensalão do DEM, o partido espera conseguir mantê-lo distante das acusações para que o partido não fique sem opções de nomes para as eleições de 2010 no DF.

O partido abriu, até agora, processo de expulsão do governador José Roberto Arruda (DEM) dos quadros da legenda. No processo de expulsão, não há nenhuma menção ao nome de Paulo Octávio ou aos demais democratas que estariam envolvidos no esquema de corrupção.





Fonte: Folha Online

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