Com “Mato Grosso Muito Mais”, Mendes ganha apoio do DEM e PR

O empresário Mauro Mendes mostrou para uma platéia considerável o projeto “Mato Grosso Muito Mais”, com o qual está colocando seu nome para disputar a sucessão do governador Blairo Maggi, pelo Partido Socialista Brasileiro, a qual se filiou no apagar das luzes do prazo final para quem deseja disputar as eleições de 2010. Numa reunião em Rondonópolis, sul do Estado, base eleitoral do governador, Mendes reuniu para ouvi-lo os principais líderes partidários do município. Entre os quais, o DEM e o PR, siglas que estão com projetos distintos para o pleito eleitoral. E se saiu melhor do que esperava.

Entre os presentes, estavam as principais lideranças do PR no município, como o presidente da Câmara, Hélio Pichioni; o presidente do partido, Ananias Filho; o líder do partido na Câmara, Mohamed Zaher, além dos suplentes Fábio Cardozo, Hussein Daoud e Ailton das Neves.O próprio presidente regional do partido, Welington Fagundes, era aguardado para o encontro e somente não foi, segundo informações, em razão do avião do parlamentar não ter conseguido pousar no aeroporto por causa do mau tempo.

A presença de metade da bancada do PR na Câmara, no encontro, causou surpresa e ao mesmo tempo deixou Mauro Mendes bem a vontade. Os republicanos, inclusive, tiveram direito a fala. O vereador Ananias Filho foi direto. Afirmou que estava no encontro com autorização do comando estadual do partido e não estava lá como líder partidário e sim como cidadão. Ele confessou ter simpatia a Mendes. “Eu não posso apoiar ele, de imediato, por causa da lealdade ao partido, mas no segundo turno eu estou com ele”, afirmou o republicano.

Ele disse que a simpatia por Mendes vem desde o ano passado, quando o empresário disputou, sem sucesso, a Prefeitura de Cuiabá. O PR, na esfera estadual, tem trabalhado pela candidatura do vice-governador Silval Barbosa, do PMDB, a pedido do governador Maggi. A união PR-PMDB, pelo menos em Rondonópolis, pelo comportamento dos parlamentares da sigla republicana, está difícil de ser ratificada. O PMDB em Rondonópolis, pelo menos da parte do grupo liderado pelo prefeito José Carlos do Pátio, também não apóia Silval.

Os afagos a Mendes por parte dos republicanos não pararam por aí. O presidente da Câmara, Hélio Pichioni, foi ainda mais explícito. “Se for para trabalhar em prol dessa candidatura posso fazer isso, pego essa bandeira eu vou em frente” – frisou, com relativa eloqüência eleitoral.

Detalhe: o encontro em Rondonópolis foi promovido pelo Partido Popular Socialista, o PPS, do controvertido deputado Percival Muniz, cuja sigla, junto com o PSB, participa de uma grupo partidário denominado de “terceira força”. Na última reunião, alguns membros desse agrupamento, formado ainda por Partido Verde, PDT e PCdoB, alicerçaram votos de desconfianças quanto as reais intenções de Mendes, que, por sua vez, evitou falar de candidatura e defendeu o lançamento de projetos para o desenvolvimento do Estado.

Em Rondonópolis, fora a presença maciça de republicanos, outras siglas estavam presentes no local. O DEM, por meio do empresário Israel Borges e do suplente de vereador Mario Sérgio Mototáxi. “Eu gostaria de apoiar o Mauro Mendes aqui” - afirmou no discurso Israel Borges, vice-presidente local do DEM. Os democratas, no cenário regional, está comprometido com a candidatura do senador licenciado Jayme Campos, que disputa a indicação contra o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos. A decisão sairá em pesquisa de densidade eleitoral no ano que vem.

O presidente do PV e secretário de Meio Ambiente do município, Lindomar Alves, esteve no local, mas saiu antes do início da reunião. “O PV está conversando com todo mundo, nesta época é normal conversar”, justificou. Além dele, estiveram presentes a deputada estadual Vilma Moreira dos Santos, o suplente de federal, Eduardo Moura e o presidente do PDT, Acácio Falcão; o vereador Reginaldo dos Santos (PPS) e o presidente do PPS, José Antônio Medeiros.

O deputado estadual Percival Muniz declarou que pretende conversar com líderes do DEM e do PR sobre uma possibilidade de apoio ao projeto. Na reunião, Mendes contou um pouco da trajetória política dele e garantiu que deve definir seu projeto político somente no ano que vem.