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Internacional
Terça - 10 de Novembro de 2009 às 20:02

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O pai que havia iniciado uma batalha judicial para impedir que um hospital britânico desligasse os aparelhos que mantêm vivo seu filho de um ano decidiu nesta terça-feira retirar sua oposição à medida.

O menino, chamado apenas de Bebê R. B. por motivos legais, nasceu em outubro com uma rara doença muscular conhecida como Síndrome Miastênica Congênita, que dificulta sua respiração sem aparelhos.

Ao contrário do pai, a mãe concordava com a opinião do hospital, que defende o desligamento dos aparelhos.

Mas o pai acabou mudando de ideia depois de ser informado por especialistas que havia provas sugerindo que a retirada do equipamento seria melhor para a criança.

Exemplares

O juiz do caso elogiou a decisão do pai, dizendo que ela é "triste, mas inevitável".

"Desde o nascimento desse bebê, estava claro que ele estava sofrendo profundamente", afirmou o juiz.

A corte decretou que, a partir de agora, é legal retirar os aparelhos que mantêm a criança viva.

Para o juiz, os pais agiram de maneira exemplar.

"Acredito ser impossível para qualquer um de nós ter a ideia exata do impacto desta situação na vida desses pais tão jovens", afirmou. "De repente, todas as expectativas e sonhos que eles tiveram para seu bebê foram jogados fora e substituídos por uma vida de preocupação, estresse, exaustão, confusão e imensa tristeza."

Tanto o pai quanto a mãe choraram quando o juiz decretou o veredicto.

"Apesar de terem se separado, os pais de R. B. sempre estiveram juntos na vontade de dar o melhor cuidado possível a seu filho. Eles estiveram ao lado dele diariamente nestes 13 meses", afirmaram os advogados do casal, em um comunicado conjunto.

Eles disseram ainda que a decisão de desligar os aparelhos foi "agonizante".

"Os pais agora querem passar todo o tempo que resta ao lado de seu amado filho", concluíram.

'Miserável'

Segundo representantes do hospital, o menino teria uma "existência muito infeliz" pela frente, mesmo se fosse realizada uma traqueostomia para tentar facilitar sua respiração e permitir que ele fosse para casa.

Vários especialistas afirmaram no tribunal que a criança viveria com deficiências profundas e não teria qualidade de vida.

Os advogados do pai chegaram a argumentar, no entanto, que o cérebro do menino não era afetado pela doença, o que significa que ele pode ver, ouvir, interagir e brincar.

Estima-se que 300 pessoas sofram da condição no Reino Unido, com diferentes graus de severidade.

Alguns dos bebês que herdam a doença morrem pouco depois de nascer, enquanto outros vivem uma vida relativamente normal com a ajuda de remédios.

Nenhuma das partes envolvidas no caso pode ser identificada por razões legais.





Fonte: BBC Brasil

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