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Polícia Brasil
Terça - 27 de Outubro de 2009 às 13:07
Por: Luciene Oliveira

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As mortes de três pessoas em Cáceres (225 km a Oeste) foram esclarecidas pela Polícia Judiciária Civil. Os autores do triplo homicídio são dois policiais militares e contou com a participação de uma terceira pessoa, que já está presa. O crime ocorreu no dia 18 de setembro deste ano e teve como vítimas Edinaldo Frazão Bezerra, “Baixo” ou Márcio”, Alex Sandro Lopes de Araújo e Henrique Francisco Lopes, “Alcides”. Os corpos deles foram encontrados em pontos distintos da estrada que liga Cáceres a Porto Estrela, dias após os crimes.

As investigações comandadas pelo delegado Rogers Elizandro Jarbas, do Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc), de Cáceres, chegaram aos autores Orlandino Rodrigues Gomes e José Carlos Neves Gomes, ambos policiais militares lotados em Mirassol D’Oeste (300 km a Oeste) e o terceiro envolvido Valcir Soares de Jesus, preso na sexta-feira (23.10) passada. Os criminosos foram indiciados por homicídios qualificados, ocultação de cadáver e falsidade ideológica.

A motivação estaria ligada a venda de três chácaras na região. De acordo com o delegado Jarbas, entres os dias 14 e 18 de setembro, as três vítimas negociaram com Orlandino Rodrigues e José Carlos a venda de três chácaras localizadas na região de Facão, cerca de 20 quilômetros da cidade Cáceres. O negócio foi intermediado por Vanderlei Ferreira, que recebeu como comissão um veículo Fiat Uno, que pertencia a vítima Alex Sandro. Os imóveis rurais foram adquiridos e colocados em nome do PM Orlandino Rodrigues, da nora e da cunhada dele.

Segundo as investigações no dia 18 de setembro, os policiais se encontraram com as vítimas Ednaldo Frazão Bezerra (Baixo), Alex Sandro Lopes de Araújo e Henrique Francisco Lopes (Alcides), conversaram sobre a aquisição de 22 quilos de pasta-base de cocaína, que seriam entregues a Baixo e Alex Sandro, supostamente como pagamento pela venda das chácaras, naquele dia e na casa de um imóveis comprados.

Após o encontro, os policiais Orlandino e José Carlos, na companhia da vítima Henrique Francisco Lopes (Alcides) saíram num veículo VW/Gol, cor branca (adquirido por Orlandino de Baixo dias antes), em direção a chácara existente na região do Facão. Minutos depois, as duas vítimas Edinaldo Frazão Bezerra (Baixo) e Alex Sandro Lopes de Araújo, saíram em direção ao imóvel, em uma motocicleta marca Yamaha, modelo YBR 125, cor vermelha.

No local, já se encontrava Valcir Soares de Jesus, contratado para auxiliar os dois executores, após o cometimento dos assassinatos. Ficando primeiro responsável por afastar as pessoas que fossem na chácara naquele dia, por auxiliar no transporte dos corpos e por realizar a limpeza do local. Para tanto receberia R$ 3 mil.

Logo que chegaram na chácara, os três (Orlando, José Carlos e Alcides) desceram do carro e passaram a conversar normalmente. Instantes depois, um dos autores foi para detrás da casa e alvejou Henrique Francisco Lopes (Alcides), com disparos de arma de fogo na cabeça da vítima. Em seguida, as outras duas vítimas Edinaldo Frazão Bezerra (Baixo) e Alex Sandro Lopes foram executadas com dois disparos de arma de fogo.

Valcir Soares de Jesus, contratado para ajudar após as mortes, disse ainda que ajudou os policiais na acomodação dos corpos no porta-malas do veículo Gol (branco), o qual estava forrado com uma lona preta. Depois lavou os locais que estavam sujos com sangue e saiu com a motocicleta (marca Yamaha, modelo YBR 125, cor vermelha), que posteriormente seria entregue por outra pessoa aos familiares de Alex Sandro.

“Os corpos das referidas vítimas foram “abandonados” nas proximidades da cidade de Porto Estrela, distantes uns dos outros em aproximadamente seis quilômetros, sendo posteriormente encontrados e submetidos a exame pericial de necropsia”, explicou o Rogers Elizandro Jarbas.

INTERROGATÓRIOS

Interrogados, Orlandino e José Carlos, negaram os homicídio e afirmaram que deram uma carona para Henrique Francisco Lopes (Alcides) no dia 18 de setembro, deixando-o nas proximidades da Cadeia Pública de Cáceres. Alegaram ainda que ficaram durante toda a noite daquele dia no “interior de suas residências, não saindo para nada”.

O policial militar Orlandino alegou ainda que teve sua arma de fogo subtraída em Mirassol D’ Oeste, no dia 06 de setembro passado, tendo feito registro em 20 de setembro, na Polícia Militar do município. Entretanto, sua esposa alegou que no dia 18 de setembro, deixou a arma de fogo (revólver calibre 38) do marido “guardada dentro da gaveta do guarda-roupa” quando se ausentou da casa, no período da tarde, contrariando a versão apresentada.

Após o crime, os três criminosos se ausentaram da cidade de Cáceres por alguns dias. Os policiais militares Orlandino e José Carlos, teriam ficado escondidos no Estado de Rondônia e Valcir escondido na casa de familiares e amigos. Valdir Soares, em seu interrogatório, disse que recebeu de Orlandino, como pagamento uma motocicleta marca Yamaha, modelo YBR, cor preta, ano 2003 - que se encontra apreendida no CISC -, e mais R$ 200,00.

INDICIAMENTO

Os policiais militares Orlandino Rodrigues Gomes e José Carlos Neves Gomes, estão foragido, mas com prisões decretadas pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Cáceres. Orlandino foi indiciado por três homicídios qualificados, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. José Carlos Neves Gomes vai responder por três homicídios qualificados e ocultação de cadáver. As penas para estes crimes podem chegar até 40 anos.

O acusado Valcir Soares de Jesus, preso preventivamente, vai responder por participe nos homicídios e ocultação de cadáver. A pena é de até 10 anos de reclusão.

O inquérito policial que apurou as mortes será entregue nesta terça-feira (27.10), ao Fórum de Cáceres.





Fonte: Assessoria/PJC-MT

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