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Internacional
Quinta - 01 de Outubro de 2009 às 20:00

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Mais de 770 pessoas morreram no forte terremoto que atingiu a ilha indonésia de Sumatra nesta quarta-feira (30), de acordo com o último balanço divulgado pelo governo federal que, no entanto, mantém a previsão de que o total será de "milhares". Segundo o britânico John Holmes, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, o número de pessoas mortas já deve chegar a 1.100.

Para as autoridades indonésias, a preocupação são as "milhares" de pessoas que podem estar presas sob escombros. Nesta quinta-feira, uma mulher de cingalesa foi retirada dos escombros com vida, após passar 25 horas soterrada, com fratura em uma perna. Ela era hóspede de um hotel que desabou.

Nesta quinta, a ministra de Saúde, Siti Fadillah Supari, repetiu acreditar que haja "milhares" de pessoas soterradas pelos escombros, dada a dimensão dos danos.

Entre os mortos, grande parte é da cidade de Padang, com cerca de 900 mil habitantes, onde mais de 500 edificações ficaram destruídas, incluindo hospitais, hotéis, escolas e um shopping center. As buscas pelos sobreviventes e por corpos entre os escombros são dificultados pela chuva, que continua forte, e pela falta de maquinário pesado para retirada dos destroços, de acordo com a agência de notícias France Presse.

Um dos focos de trabalho são os destroços de uma escola de quatro andares que abrigava 30 crianças quando desabou. Quatro delas foram resgatadas com vida e mais seis, mortas. Outras 20 crianças permanecem desaparecidas.

Segundo a Unicef, órgão das Nações Unidas para a infância, dezenas de milhares de pessoas estão desalojadas ou desabrigadas. Destas, um terço são crianças. "As necessidades desses milhares de crianças são vastas e urgentes. Elas precisam de acesso a água limpa e abrigo", disse Angela Kearney, funcionária da ONU na Indonésia, em comunicado.

"Estamos sobrecarregados com as vítimas e... a falta de água limpa, de energia elétrica e de telecomunicações. Nós realmente precisamos de ajuda. Pedimos que as pessoas venham a Padang para retirar corpos e ajudar os feridos", disse o prefeito de Padang, Fauzi Bahar, em entrevista à rádio El Shinta.

O presidente Susilo Bambang Yudhoyono, que chegou da reunião do G20, nos EUA, nesta quinta-feira, afirmou estar aberto à ajuda internacional. Austrália, Coreia do Sul e Japão já ofereceram o seu apoio. "Nós não iremos subestimá-lo [o desastre]. Estaremos preparados para o pior. Faremos tudo o que for possível para ajudar as vítimas", afirmou o presidente.

O principal hospital de Padang, o estatal Djamil Hospital, que foi danificado, mas continua de pé, está lotado de vítimas e familiares. Dezenas de feridos recebem tratamentos em tendas instaladas do lado de fora do hospital. O governo federal abriu todos os centros de crise do Exército em Jacarta, Sumatra Ocidental e Sumatra do Norte e destacou veículos militares para irem remover os destroços.

Dois aviões Hércules, das Forças Armadas indonésias, decolaram rumo a Padang com 20 mil tendas para desabrigados e 10 mil cobertores, também nesta quinta-feira. A ajuda do governo deverá chegar sempre por ar ou mar, já que muitas rodovias estão bloqueadas por causa dos diversos deslizamentos de terra.

"Pessoas estão presas, gritando por ajuda, mas debaixo de imensos blocos que só poderão ser retirados por máquinas", disse David Lange, o diretor do grupo médico SurfAid, da Nova Zelândia, que está em Padang e diz ter escapado do desmoronamento do Hotel Ambacang. "Eu vi dezenas dos maiores edifícios caírem. A maior parte dos danos está concentrada no centro comercial, que estava lotado."

"Eu já passei por terremotos antes, mas esse foi o pior. Há sangue por toda a parte, pessoas com os corpos feridos. Nós vimos prédios caindo, gente morrendo", disse o americano Greg Hunt, 38, no aeroporto de Padang.

Na cidade de Jambi, cerca de 1.100 prédios, incluindo mesquitas e casas, foram danificados, mas não há registro de vítimas.





Fonte: Folha Online

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