‘Alforriada’, Chica deixa PSDB; já Wallace ainda está no DEM

O deputado estadual Wallace Guimarães (DEM) vai deixar para os últimos dias permitidos pela Justiça Eleitoral a decisão de trocar ou não de partido. Ele teme ser cassado por infidelidade partidária diante de uma eventual troca de legenda, apesar de ter recebido ontem uma carta na qual os democratas se comprometem a não requerer o mandato diante de uma desfiliação.

Alega que a carta compromisso que recebeu do DEM não se enquadra explicitamente nas hipóteses de "justa causa" permitidas pela resolução 22.610/07. O documento também não está assinado por todos os membros da executiva regional democrata.

não esconde interesse em deixar o DEM diante das divergências que teve na campanha passada ao recusar dar apoio à candidatura de Júlio Campos à Prefeitura de Várzea Grande. O problema é que uma desfiliação sem justa causa pode implicar na perda de mandato por infidelidade partidária, como avisou o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Evandro Stábile. "Vou analisar essa questão e decidir o assunto provavelmente até amanhã. Posso ficar no partido ou sair, pois a carta não está nos termos do que foi pedido", afirma Wallace, que vem sendo cogitado para aderir ao PMDB.

O presidente estadual do DEM, Oscar Ribeiro, avisa que não vai emitir uma nova carta solicitada por Wallace. "Não vamos incluir num documento como esse situações que não existiram de fato. O que deixamos claro é que não haverá relutância diante de uma desfiliação".

Oficial - Diferente de Wallace, a deputada Chica Nunes já deixou o PSDB. Ela encaminhou na quinta-feira (24) o comunicado de desfiliação ao TRE e cogita migrar para o DEM ou PP. A parlamentar também recebeu uma carta na qual os tucanos se comprometem a não requerer o mandato. No caso de Chica, a carta compromisso cita o processo de expulsão que ela vinha respondendo, o que, na avaliação de aliados, pode afastar a possibilidade de perda de mandato. Chica vinha respondendo processo a pedido da Juventude estadual do PSDB, que alega que estaria prejudicando a imagem da legenda devido às denúncias de compra de voto e desvio de recursos da Câmara de Cuiabá.

Apesar das cartas, o presidente do TRE, Evandro Stábile, afirma que, em tese, não corre risco de perder o mandato apenas quem se enquadra nas situações de justa causa para desfiliação. São elas: incorporação ou fusão do partido, criação de nova legenda, mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário ou grave discriminação pessoal.