Por contratar filhos, desembargador pode ser afastado na 3ª

O desembargador José Jurandir de Lima pode ser afastado do cargo na terça (29), já que o processo administrativo disciplinar que responde entrou na pauta de julgamentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele é investigado por ter contratado seus dois filhos durante o período em que presidia o Tribunal de Justiça (2005/2007). Tássia Fabiana Barbosa de Lima e Bráulio Estefânio Barbosa de Lima foram lotados em seu gabinete, mas não compareciam ao trabalho. O processo corre em segredo de Justiça e, por isso, na pauta do CNJ constam apenas as iniciais do nome do desembargador.

Mesmo sendo servidora do TJ, Tássia estudava e residia em São Paulo. Já o irmão Bráulio, que faleceu durante um acidente de automóvel em 2007, cursava faculdade de Medicina com elevada carga horária. O caso começou a ser investigado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que enviou uma reclamação disciplinar ao CNJ. Em inquérito conduzido pelo STJ, José Jurandir disse, em sua defesa, que seus filhos, mesmo lotados em seu gabinete, foram nomeados em comissão para exercerem cargos no TJ e negou ser o responsável pelas contratações de Tássia e Bráulio.

O Ministério Público Federal denunciou o desembargador e seus filhos por peculato e crime continuado (artigos 312, parágrafo 1º, e 71 do Código Penal). Segundo a denúncia, os filhos do desembargador seriam "funcionários fantasmas" e não prestariam serviço algum.