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Politica Brasil
Quinta - 24 de Setembro de 2009 às 03:39
Por: Andréa Haddad

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Ganhou repercussão na Assembleia Legislativa nesta quarta (23) a polêmica declaração do governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), que, revoltado com a proibição da expansão do cultivo da cana-de-açúcar no entorno do Pantanal mato-grossense, afirmou que ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, é "veado e fuma maconha".

Conforme a edição da Folha de S. Paulo desta quarta, Puccinelli também disse que iria correr atrás de Minc e estuprá-lo se o ministro aparecesse em Mato Grosso do Sul. "Se ele viesse, eu ia correr atrás dele e estuprá-lo em praça pública".

Na avaliação do deputado Percival Muniz (PPS), ex-prefeito de Rondonópolis em duas ocasiões, em que pese os termos empregados, Puccinelli tem razão ao reclamar da falta de debates quanto à proibição do cultivo da cana. “Não endosso estas palavras, mas reconheço a falta de participação da sociedade. Não é porque o ministro é veado que deva ser discriminado, mas isso mostra que esta questão ambiental precisa ser amplamente discutida”.

Percival reconheceu que Puccineli usou as expressões erradas, mas frisou que a indignação do peemedebista é uma forma de fomentar o debate para que a população conheça os argumentos dos produtores de cana. “Ele usou palavras pesadas, mas não deixa de ser uma indignação com a forma como as coisas estão sendo tratadas”.

O deputado reclamou do projeto de zoneamento da cana que, segundo ele, está sendo imposto pelo governo federal. “A indignação do governador é com a forma com que chegam as alterações e as mudanças e não podemos concordar com isso”, afirmou da tribuna da AL.

As polêmicas declarações de Puccinelli foram feitas nesta terça (22), durante um encontro com empresários do setor da cana. Depois que as afirmações ganharam repercussão na imprensa de Mato Grosso do Sul, Puccinelli tentou se retratar e divulgou uma nota oficial em que diz ter feito apenas “referências, em tom de brincadeira, a outras críticas recebidas pelo ministro do Meio Ambiente”.

Em resposta, Minc divulgou nota em que descreve Puccinelli como “um truculento ambiental que quer destruir o Pantanal com a plantação de cana-de-açúcar”. Segundo o ministro, a declaração do governador “revela o seu caráter”.

Zoneamento

O projeto de lei que institui o zoneamento da cana foi enviado por Lula ao Congresso Nacional e a expectativa é que seja aprovado sem alterações, apesar do lobby dos produtores de cana. A proposta proíbe a concessão de licenciamento para novas áreas de cultivo, bem como a autorização de novas usinas pelo Ministério da Agricultura. Lula quer cumprir o compromisso assumido com a União Européia, em 2007, de que o biocombustível brasileiro não vai aumentar o desmatamento nem provocará queda na produção de alimento.

No entorno do Pantanal mato-grossense, funcionam cinco usinas: Cooperb, em Lambari D´Oeste; Cooperb II, em Mirassol D´Oeste; Itamarati, em Nova Olímpia; e Mato Grosso Barrálcool, em Barra do Bugres. Elas foram instaladas até o início dos anos 1980, antes de uma resolução do Conama vetar novos empreendimentos na região.





Fonte: RD News

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