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Cultura
Quinta - 07 de Maio de 2009 às 09:02

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Dez anos depois de lançada e com mais de R$ 4 milhões consumidos, a polêmica obra do Cine Teatro Cuiabá será inaugurada no próximo dia 21 não mais com tanta pompa e euforia, principalmente pela comunidade artística. Alguns segmentos, sem alarde, organizam até protestos. Vão estender faixas, uns contra o ex-secretário de Estado de Cultura do governo Dante de Oliveira, Elismar Bezerra, em cuja gestão foi lançado o projeto de reconstrução do prédio, e também com críticas a Paulo Pitaluga, que hoje conduz a pasta. Além dos dois, outros três comandaram a Cultura nesta última década: Jurandir Antonio, ainda na gestão Dante; e Dito Paulo e João Carlos Vicente Ferreira, no governo Blairo Maggi. Todos, em discurso de posse, anunciaram que a conclusão das obras do Cine Teatro seria prioridade.

O governador Maggi havia orientado o polêmico Pitaluga a não mostrar o interior do prédio, situado no centro da Capital, como forma de criar uma maior expectativa em torno da inauguração. Eufórico, o secretário não aguentou esperar e abriu as portas das novas instalações para uma equipe da TV Centro América (afiliada da Rede Globo). Sua adjunta Franciele Leão comunicou o fato ao Palácio Paiaguás. Maggi ficou na bronca. De todo modo, o governador que chegou a sinalizar que não iria inaugurar a obra, mas sim o seu vice Silval Barbosa (PMDB), já está disposto a liderar a "festa" que marca a reabertura do Cine Teatro Cuiabá. Como Pitaluga já antecipou a surpresa, o Paiaguás autorizou abertura para visitação a partir de sábado (9).

As obras começaram ser executadas no governo Dante (1995/2002). À época, a Cultura estava sob Elismar Bezerra. Dos R$ 4 milhões destinados ao Cine Teatro, R$ 1,8 milhão é proveniente do Fundo de Desenvolvimento Social e Estrutural do Estado (Fundesmat) e R$ 2,2 milhões oriundos de convênio com a Caixa Econômica Federal. O impasse que contribuiu para o atraso da obra começou desde o início da licitação, quando a Ônix, empresa responsável pela instalação do sistema de refrigeração, foi desclassificada por não ser considerada habilitada. Ela conseguiu uma liminar na Justiça que lhe garantiu a participação no processo licitatório.

Escândalo

Outra confusão em torno da obra vem da década de 1990 com acusações envolvendo a ONG Fundação Nativa, responsável por gerenciar o espaço. A organização recebeu cerca de R$ 250 mil de uma empresa incentivadora cultural em Cuiabá e deveria ter o valor deduzido do imposto em função da Lei de Incentivo à Cultura. Posteriormente, foi feita uma complementação de R$ 50 mil. A construtora contratada para realizar a obra acabou interrompendo o trabalho por falta de pagamento. Além do desvio de verba, o Ministério Público encontrou sete irregularidades na obra. Na época, Elismar Bezerra foi acusado de ter se beneficiado com o desvio. O MP o denunciou por malversação de dinheiro público. A então presidente da Fundação Nativa, Alaíde Poquiviqui Palma, tambem foi incriminada.





Fonte: RD News

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