Maggi quer atuar no governo Federal, diz Fagundes
"Devido à proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador Blairo Maggi (PR) acredita que é importante realizar um trabalho por Mato Grosso em âmbito nacional", disse na manhã desta terça (28), o deputado federal de cinco mandatos Wellington Fagundes (PR), em entrevista ao programa Chamada Geral, apresentado por Lino Rossi. O parlamentar deixou claro que Maggi demonstra interesse em assumir o Ministério dos Transportes, comandado pelo também republicano Alfredo Nascimento, que deverá deixar o cargo em abril para disputar o governo do Amazonas. "O Maggi quer estreitar ainda mais este laço com o governo Federal, pode ser antes das eleições ou mesmo depois. Como tem muito conhecimento de logística de transportes, Maggi trará muitos benefícios para Mato Grosso se ocupar o cargo", avaliou. A disputa a vice-presidente na chapa encabeçada pela petista e candidata oficial de Lula ao Palácio do Planalto também continua sendo uma das alternativas do governador. "Ele quer fazer um trabalho mais amplo, acha que pode ajudar Mato Grosso se estiver mais próximo do Governo Federal e hoje ele possui uma relação muito boa com o Lula", apontou Fagundes.
O deputado revelou que foi informado pelo próprio Maggi da desistência à disputa ao Senado ao visitar a primeira-dama, Terezinha Maggi, na última semana, no hospital Sírio Libanês, em Brasília. "Ele (Maggi) disse que já tinha tomado a decisão e que não voltaria atrás. Perguntei se não seria melhor postergar o anúncio para conversarmos com as lideranças antes, mas ele disse, com razão, que em política não há como manter segredos".
Questionado pelo jornalista Ramon Monteagudo, do MidiaNews, se a candidatura do vice-governador Silval Barbosa (PMDB) ficou comprometida com o anúncio do afastamento de Maggi da vida política, Fagundes avaliou que Silval é leal e extremamente qualificado. "Ele tem todas as condições de ser o candidato do PR", disse. Após exaltar as qualidades de Silval, contudo, Fagundes sinalizou que o vice-governador encontra resistência de parte da "turma da botina". "Se os republicanos decidirem ter candidato próprio, temos que começar a pensar na possibilidade de segundo turno, pois eleição para governador é assim. Por isso, não podemos descartar nomes da base aliada", ponderou. Para Fagundes, o PR tem nomes de "peso", como o do primeiro-secretário e ex-presidente da Assembleia, Sérgio Ricardo, o candidato derrotado à Prefeitura de Cuiabá e afilhado político de Maggi, Mauro Mendes, além do prefeito de Água Boa, Maurício Tonhá, o Maurição. "Também será uma honra para nós se o secretário (Fazenda) Éder Moraes aceitar o convite do Maggi para ingressar no PR. É uma jovem liderança, com bastante competência", avaliou.
Apesar de apontar as lideranças do PR, Fagundes não conteve elogios a Riva e disse que se o progressista resolver se candidatar ao governo do Estado, certamente terá o apoio dos republicanos. "O Riva é um nome de peso para qualquer cargo que disputar e ele só não será governador se não quiser. Caso mude de idéia, com certeza tem o meu apoio, do PR e dos demais partidos da base aliada". Segundo o deputado, ao optar por ficar oficialmente de fora do processo eleitoral no Estado, Blairo terá facilidade para negociar nos bastidores. "O Blairo terá um papel fundamental. É um grande estrategista", elogiou.
Perguntado sobre o lançamento de sua candidatura ao Senado nesta segunda (27) pelo governador, Fagundes disse que se sentiu lisonjeado, mas que ainda precisa conversar com os demais membros do partido. Ele também cogita a vice-candidatura ao Paiaguás, ou até mesmo a reeleição à Câmara Federal. A Executiva Regional do PR convocou uma reunião para a próxima segunda, às 9h, para discutir como fica o cenário político de 2010, após o anúncio de Maggi de desistir do pleito ao Senado.

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