Gol terá de pagar R$ 137 mil a viúvo de vítima do voo 1907

O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a Gol a pagar indenização de R$ 137 mil para o coronel Marcos Antonio Marinho Silva, 51 anos, viúvo da médica Ana Maria Caminha Maciel Silva, uma das 154 vítimas do acidente do voo 1907, ocorrido em 29 de setembro de 2006 na região norte de Mato Grosso. A decisão é passível de recurso.

O valor é correspondente ao seguro obrigatório, com correção monetária pela tabela prática do TJ/SP, a contar de setembro de 2008. A empresa aérea também foi condenada a pagar pensão mensal de cerca de R$ 7,3 mil para a família do coronel. A decisão ainda determinou que o valor deve ser feito desde a data do acidente e se estender até a data em que a vítima completasse 75 anos. Os valores vencidos devem ser pagos de uma única vez.

A decisão foi tomada em 6 de março pelo TJ/SP e publicada nesta segunda-feira (13). Empresa aérea informou que pretende recorrer da decisão.

No local do acidente

O coronel Marinho Silva visitou o local da queda do Boeing da Gol, um ano após o acidente, no Norte de Mato Grosso. Ele não participou da viagem organizada pela Aeronáutica, em que parentes sobrevoaram o local do acidente e preferiu seguir pela Mata Atlântica e ver de perto os destroços da aeronave.

Depois de receber os pertences de sua mulher, no começo de 2007, Marinho resolveu cristalizar o amor pela mulher ao fundir as duas alianças de casamento em uma só. Ele se casou com a médica em 1980.

Outras indenizações

A Gol irá pagar uma indenização de R$ 46 milhões para 45 famílias de vítimas do acidente com o voo 1907. Sete famílias já receberam R$ 11 milhões no início de fevereiro deste ano. As outras deverão receber a sua parte em breve, já que os acordos estão em fase de homologação e assinatura. Os acordos foram fechados na 25ª Vara Cível do Rio de Janeiro.

Os valores são diferentes para cada família, porque são levados em conta salário, idade da vítima e sua expectativa de vida útil, entre outros critérios.

Em negociações como essa, Amarante afirmou que a empresa faz uma proposta para a família, que, se for aceita, é encaminhada para a seguradora liberar o dinheiro. O valor é, então, depositado em um fundo de pagamento de indenizações, liberado após autorização judicial.

Em 1º de março deste ano, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ/RJ) condenou a Gol a pagar uma pensão mensal para a família de uma vítima do acidente aéreo. A 10ª Câmara Cível do TJ/RJ determinou que a companhia aérea pague o valor de 15 salários mínimos, cerca de R$ 7 mil, por danos materiais, para a mulher e dois filhos de um empresário que estava no voo.

O acidente

No dia 29 de setembro de 2006, um Boeing da Gol, que fazia o vôo 1907, de Manaus para Brasília, se chocou em pleno ar com um jato Legacy que seguia de São Paulo rumo aos Estados Unidos.

O Boeing caiu em uma região de mata fechada no Norte de Mato Grosso. O acidente deixou 154 mortos - incluindo passageiros e tripulantes da aeronave. O Legacy conseguiu pousar em uma base aérea no Sul do Pará. Os sete ocupantes do jato sobreviveram.