Repórter News - www.reporternews.com.br
Politica Brasil
Quarta - 15 de Abril de 2009 às 03:56
Por: Edilson Almeida

    Imprimir


O primeiro ano do segundo mandato do prefeito Wilson Santos, de Cuiabá, já dá mostras efetivas de que há uma falha – ou várias falhas - na administração municipal que necessita de urgente correção. Até mesmo sob pena do projeto do seu partido, o PSDB, de fazê-lo candidato ao Governo do Estado nas eleições do ano que vem, acabar inviabilizado de vez. É o que se pode depreender dos dados da pesquisa “Nossa Casa”, do Instituto Vetor, divulgadas nesta terça-feira. Os dados são quase conclusivos. Eles revelam, por exemplo, um baixíssimo índice de popularidade do chefe do Executivo da Capital. Apenas 28,4% avaliam a atual administração como sendo positiva. E ainda traz uma infinidade de problemas gerados pela ineficiência da máquina municipal que confirmam a insatisfação dos chefes de família.

O índice de popularidade de Wilson Santos é, até aqui, o terceiro pior dos últimos 10 anos em que a pesquisa avalia a administração municipal. Está a frente apenas do período entre 2003 e 2005, quando ocorreu o segundo mandato de Roberto França, que atingiu, respectivamente, 21,4% e 17,8%. Porém, havia um detalhe: o ex-prefeito tinha um elevado número dos que classificavam a administração como sendo regular. A avaliação negativa da atual administração, que era de 28% em 2007, está agora em 33,3% - a segunda maior do período.

Porém, o que mais “salta aos olhos” na pesquisa do Instituto Vetor sobre o administrador municipal é o grau de frustração dos chefes de famílias cuiabano. A pesquisa “Nossa Casa” é realizada a cada dois anos. Em 2005, ano em que o prefeito assumiu o lugar de França, havia uma expectativa elevada sobre o trabalho que o então deputado federal tucano realizaria. Nada mais nada menos que 68,2% acreditavam que Santos seria um grande prefeito. Não deu! Em 2007, na primeira avaliação feita pelo instituto, apenas 31,6% consideravam a administração positiva. Ou seja: menos da metade tiveram suas expectativas confirmadas, índice que caiu agora, em 2009, para 28,4%.

Ainda assim, nem tudo está perdido. O Instituto Vetor apurou, por exemplo, que 60,4% ainda confiam no prefeito. Desse percentual, 15,3% diz confiar totalmente e 45,1% disseram confiar parcialmente em Santos. Já 38,6% disseram que não confiam nele. Vale destacar que esse percentual já foi maior. O desgaste administrativo tem corroído a popularidade e também a confiança dos chefes de família pesquisados. Em 2005, Santos tinha 83,6% de confiabilidade. Em 2007, o índice caiu bem, atingindo a marca de 66,8%. Agora, fora da margem de erro da pesquisa, que é de 4,3% para mais ou para menos, está em 60,4%.

“Temos ai um dado preocupante” – disse a socióloga Mirian Braga, diretora do Instituto Vetor. Para ela, os números mostram que de forma geral, o cidadão se mostra mais crítico. “O maior acesso à informação e a descrença com o sistema político ajudam a compreender essa situação” – enfatiza. De acordo com ela, a capacidade de avaliação é maior na municipalidade, pois os reflexos da política municipal são mais visíveis ao cidadão do que as ações federais, por exemplo.

Esse rigor também é percebido na avaliação da gestão estadual. Os números da pesquisa mostram que a avaliação positiva caiu de 43% em 2007 para 39,4%, e a negativa aumentou de 10,2% para 22,5%. Um de cada três chefes de família consideram a gestão de Maggi como sendo regular e 22,5% avaliam o trabalho do governador como sendo negativo. Mirian observa que parte dessa queda pode também ser atribuída a ruídos das eleições do ano passado, quando se discutiu muito a participação do Governo do Estado nas coisas de Cuiabá. O Índice de Confiabilidade em Blairo Maggi também caiu de 2007 para cá, passando de 80,2% para 66,1%.

O único governante que teve sua avaliação ampliada positivamente nesta edição da pesquisa foi o presidente Lula. Em 2007, 34% dos chefes de família avaliaram sua administração positivamente, e agora esse percentual subiu para 58,6%. Além disso, a avaliação negativa ficou em 13,3%, menor índice registrado desde 2000. O grau de confiabilidade de Lula também se ampliou, chegando a 74,9%.

“Nossa Casa” é uma pesquisa quantitativa, com a técnica de survey de opinião, aplicada junto a chefes de família de Cuiabá. Foram realizadas 500 entrevistas domiciliares, distribuídas de forma representativa nas quatro regionais do município. Com margem de erro de 4,3% e intervalo de confiança de 95%, a pesquisa trabalha com algumas questões de cota – como sexo e Classe Sócioeconômica. Essas cotas são definidas a partir de dados secundários de levantamentos feitos por órgãos oficiais como IBGE e TSE. A coleta de dados foi realizada de 13 a 20 de março pela equipe da Vetor Pesquisas, e os dados são divulgados à imprensa e à sociedade de forma gratuita.





Fonte: 24 Horas News

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/161511/visualizar/