Produção agrícola de Mato Grosso cresceu 650% em 20 anos

O desenvolvimento do agronegócio em Mato Grosso nos últimos anos propiciou resultados consideráveis para o Estado. Em vinte anos o aumento na produção agrícola foi 650%. Ou seja, de 2,75 milhões de toneladas produzidas de milho, soja, algodão, entre outros itens, em 1987, passou a 17,89 milhões de toneladas até o final de 2007. Os números são da Federação de Agricultura e Pecuária (Famato).

A entidade aponta que a produtividade também evoluiu neste período, saltando de 2 mil toneladas por hectare para mais de 3,1 mil (3.145). No quesito área plantada, 1,37 milhões de hectares eram utilizados em 1987 e outros 5,67 milhões até o final do ano retrasado. Para o engenheiro Luciano Gonçalves, diretor do Departamento Técnico da Famato, a adoção de tecnologias nas lavouras foi a grande responsável pelo incremento produtivo. Mas diz haver ainda outros fatores.

“É importante salientar que o investimento em pesquisa, tecnologia, propiciou que Mato Grosso crescesse em produção e não de uma forma proporcional a área plantada. Ou seja, o aumento na produtividade nos proporcionou uma redução [do avanço das áreas]”, declarou o representante, ao referir-se ao modelo de preservação que agricultores tem que obedecer, que determina o limite de terras agricultáveis e o total a ser preservado.

Luciano salienta que se não houvesse adoção de recursos tecnológicos, Mato Grosso precisaria ampliar sua área produtiva para atingir os índices de vinte anos, descumprindo os índices da lei. “A produtividade exerce um papel de fundamental importância na preservação ambiental”, reiterou o diretor, ao Só Notícias/Agronotícias.

Segundo ele, o cenário da agricultura em Mato Grosso revela a necessidade de implementar ações que proporcionem a expansão da produtividade, levando-se em conta a crescente demanda mundial por alimentos. “Hoje não precisamos de abertura de áreas para manter ou aumentar a nossa produção. Temos que aumentar nas técnicas, manejo, para que possamos produzir mais na mesma área”, defende.

No entanto, Gonçalves é claro ao afirmar a necessidade de políticas próprias para o setor do agronegócio. “As políticas inevitavelmente precisam partir do governo federal, por intermédio do Ministério de Agricultura que, de certa forma, vem enfrentando dificuldades no sentido de promover as melhores políticas para a agropecuária em Mato Grosso”, encerra.