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Nacional
Quinta - 26 de Março de 2009 às 06:19

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O advogado Antonio Cláudio de Oliveira, que representa a empreiteira Camargo Corrêa, alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (25), disse que a empresa foi pega de surpresa e que não sabe o porquê das diligências.

Policiais fizeram buscas na sede da construtora. Dez pessoas, entre elas quatro executivos da Camargo Corrêa, foram presas.

Ele afirmou, no entanto, que a empreiteira irá cooperar com todas as investigações e que está certa de que "sua isenção será demonstrada ao final do processo". Ele reiterou que a empresa confia na Justiça.

Em nota, a empreiteira disse que “vem a público manifestar sua perplexidade diante dos fatos ocorridos" e que "cumpre rigorosamente com todas as suas obrigações legais, gerando mais de 60 mil empregos no Brasil e em 20 países em que atua."

Segundo a Camargo Corrêa, em 2008, o grupo faturou cerca de R$ 16 bilhões, "gerando riqueza ao país e às comunidades em que suas empresas estão inseridas". O grupo reafirmou que confia em seus diretores e funcionários e que repudia a forma como foi constituída a ação, "atingindo e constrangendo a comunidade Camargo Corrêa e trazendo incalculáveis prejuízos à imagem de suas empresas."

Obra

Segundo a investigação, o teor das interceptações constitui um indício de que, por trás dos supostos crimes financeiros, haveria corrupção envolvendo partidos políticos de expressão nacional e obras públicas executadas pela Camargo Corrêa.

Segundo a polícia, numa das conversas gravadas, um dos diretores da construtora pede urgência no transporte de dinheiro vivo para o Recife. A PF relaciona o pedido de dinheiro a indícios de superfaturamento para a construção da refinaria Abreu e Lima, também conhecida como Refinaria do Nordeste.

A refinaria está sendo construída em Suape (PE). O dinheiro é da Petrobras e a execução, de um consórcio de empresas, entre elas a Camargo Corrêa. O relatório policial faz referência a uma investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre superfaturamento na obra e cita suposto prejuízo ao erário público no valor de quase R$ 72 milhões entre março e abril do ano passado.

Partidos e Fiesp

O relatório da policia diz que, em uma das conversas entre dois diretores da construtora, o assunto teria sido a "suposta divisão de R$ 500 mil entre duas pessoas”. No mesmo parágrafo, o juiz Fausto Martin De Sanctis afirma que “constaria distribuição de dinheiro a diversos partidos, como PPS, PSB, PDT, DEM e PP”. Também são citados o PSDB e PS, este último sem registro partidário atualmente.

E o juiz complementa: os supostos intermediários da Camargo Corrêa seriam pessoas eventualmente vinculadas à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que estariam encarregadas de distribuir o dinheiro para funcionários públicos que ocupam cargos relevantes em Brasília. Seriam pagamentos “por fora”, destinados a campanhas políticas e à obtenção de "benefícios indevidos em obras públicas".

O que dizem as instituições citadas pela PF

Em nota, a Fiesp declarou que não se envolve em relações entre as empresas que representa e os partidos políticos e candidatos. A Fiesp acrescentou que não teme qualquer investigação e que confia na Justiça.

A assessoria do PP afirmou que toda doação de campanha recebida pelo partido está na prestação de contas encaminhada ao TSE. O PSDB declarou que, em diversas campanhas eleitorais, recebeu doações da empresa Camargo Corrêa dentro da lei e que desconhece empresa ou doador que tenha atuado fora dos limites legais.

O PSB afirmou que só recebe contribuições do fundo partidário, de seus filiados e de empresas brasileiras, de acordo com a lei, e que desconhece qualquer doação irregular. O PDT afirmou que jamais recebeu doações ilegais e que a prestação de contas do partido foi totalmente aprovada pela Justiça Eleitoral.

O PPS negou ter recebido doação da construtora Camargo Corrêa e afirmou que não aceita nenhuma doação de recursos não contabilizados. O partido repudiou o que chamou de “uso político da Polícia Federal pelo governo” para atingir partidos de oposição. E declarou que vai responsabilizar criminal e civilmente os autores da acusação.

O DEM declarou que jamais aceitou qualquer doação ilegal para campanhas eleitorais e que todos os atos relativos às eleições foram de acordo com a lei. A Petrobras declarou que não considera ter havido superfaturamento na obra, mas que suspendeu o pagamento acatando decisão do TCU.





Fonte: G1, com informações do Jornal Nacional

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