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Politica Brasil
Terça - 24 de Março de 2009 às 23:42

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Em Guiratinga, sigla sofre desfiliação em massa de 300 pessoas e os 2 vereadores que restam pedem para sair; comissão quer "enquadrar" governador por priorizar outros partidos em detrimento da maior legenda do Estado que está prestes a implodir

Membros da Executiva regional do PR resolveram se juntar a maioria de seus deputados para cobrar uma posição do governador Blairo Maggi que, na opinião deles, está desarticulado politicamente e tem preferido prestigiar outras legendas da base em detrimento do próprio Partido da República. O discurso sobre descontentamento geral ecoou na reunião do partido na segunda (23) à noite, com as presenças de Moisés Sachetti (presidente estadual), Emanuel Pinheiro (secretário-geral), do deputado Mauro Savi, do empresário Mauro Carvalho, do superintendente da AMM Adjaime Ramos de Souza e do ex-prefeito de Rosário Oeste, Zeno Gonçalves, além dos jornalistas-assessores Justina Fiori e Ubirajara Orrigo. Dos 14 membros da Executiva, faltam o tesoureiro César Zílio, os dois deputados federais (Wellington Fagundes e Homero Pereira) e os estaduais Wagner Ramos, João Malheiros, Sebastião Rezende, Sérgio Ricardo e Jota Barreto.

Mesmo na condição de líder do Palácio Paiaguás na Assembleia, Mauro Savi resolveu liderar o movimento contra o próprio governo. Ele colocou na reunião que se sente desprestigiado, assim como os demais companheiros, porque o governador não demonstra uma ação de respeito ao partido. A cúpula lembrou que nenhum dos 24 secretários, embora vários deles sejam filiados ao partido, são tidos como indicação da legenda. Todos entraram para o staff como cota pessoal do governador. Adjaime Ramos chegou a sugerir que o PR, para confrontar Maggi, lançasse um candidato a governador de imediato, podendo ser Sérgio Ricardo ou o prefeito de Água Boa, Maurício Tonhá, o Maurição, ou outro nome. A estratégia seria apenas para marcar posição e pressionar Maggi para mudar de postura e não deixar a direção do partido tão impotente. A sugestão de Adjaime não foi acatada.

O estopim da crise foi a debandada do PR de Guiratinga (a 320 km ao sul de Cuiabá). Cerca de 300 pessoas se desfiliaram em bloco e os dois únicos vereadores do partido no município (Roberto Dorilêo e Ivair Vilela de Moraes) encaminharam uma carta à direção estadual, pedindo autorização para o desligamento partidário. No documento, eles atacam o governo Maggi e também o presidente Sachetti. Só não apresentaram pedido de desfiliação porque temem perder o mandato por infidelidade partidária.

Tudo começou porque o diretório local indicou os irmãos Francelino, ex-prefeito e, depois Nilson Duarte da Silva, o Nilsinho, derrotado à sucessão municipal no ano passado, para a chefia da Ciretran. O governador vetou os dois nomes. Optou por nomear ao cargo um petista apoiado pelo ex-deputado e ex-secretário de Estado Carlos Brito. Revoltados, quase todos os filiados pediram desligamento do PR.

Conflitos

Focos de conflitos foram identificados também em Rosário Oeste, Porto Alegre do Norte e Alta Floresta. Mesmo se tratando da maior agremiação partidária do Estado, com 33 prefeitos, 17 vices, 229 vereadores, 6 deputados estaduais e 2 federais e um governador, o PR começa a perder quadros por causa da desarticulação do próprio governo. Maggi manteve Sachetti na presidência mas, na reunião de cúpula realizada em 7 de fevereiro no Sesc Pantanal, em Poconé, não deu autonomia para o dirigente tomar decisões. "No governo Maggi, o PR menospreza o prejuízo e socializa o lucro político", declarou o ex-deputado Emanuel Pinheiro durante o encontro desta segunda, segundo fontes. Na avaliação dele, a questão não é fisiologista. Entende que Maggi cede mais aos outros partidos e menospreza a sigla dele próprio, o que vem trazendo desgaste à direção estadual.

Os republicanos disseram também que as bases reclamam do fato do governo inaugurar obras nos municípios sem, sequer, comunicar ao partido, abrindo oportunidade para adversários tirarem proveito político dos feitos da administração. Para aumentar o clima de descontentamento, o PR não tem perspectiva de poder. O único nome declarado para disputar cargo majoritário em 2010 é do próprio Maggi, que ora admite concorrer ao Senado, ora posterga a discussão. Uma comissão será formada para questionar, pessoalmente, o governador sobre o que, afinal, deseja do PR. O bloco demonstra também descontentamento ao que chama de interferência do secretário-chefe da Casa Civil, Eumar Novacki.





Fonte: RD News

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