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Agronegócios
Sexta - 13 de Março de 2009 às 14:41

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O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja/MT) afirma que há quesitos questionáveis quanto à postura adotada pelos Ministérios do Meio Ambiente e da Saúde, que na semana passada anunciaram a possibilidade de proibir a comercialização de 13 defensivos agrícolas no mercado brasileiro.

“Primeiro, estão querendo banir do mercado produtos que supostamente prejudicariam o meio ambiente, levando em consideração pareceres de pesquisadores estrangeiros como os europeus, que não vivenciam a realidade da produção de culturas de larga escala como soja, milho, arroz e algodão em países tropicais e contam com os subsídios dos governos”, pontua.

O presidente da Aprosoja/MT chama a atenção para a necessidade de se aprofundar as pesquisas realizadas por pesquisadores brasileiros, não apenas com o intuito de coibir, mas com o objetivo de levar para o mercado produtos que possam substituir aqueles que o governo quer proibir e visando aumentar a oferta.

Glauber lembra que o glifosato, por exemplo, é fundamental para o sistema de plantio direto, um dos instrumentos fundamentais para a preservação do meio ambiente, já que é um sistema de produção sustentável que auxilia no controle de doenças nas culturas, conservação e manutenção de matéria orgânica no solo, entre outros fatores”. O Brasil é referência no uso do sistema de plantio direto.

De acordo com Glauber, cerca de 30% dos produtos disponíveis no mercado nacional são genéricos, ou seja, a opção está sendo a de restringir o acesso a produtos mais acessíveis economicamente. O presidente da Aprosoja lembra ainda que o Brasil sempre foi um dos países mais rigorosos e criteriosos no registro de produtos e que condenar os genéricos é uma contradição.

A proibição acarretará ainda em um aumento nos custos de produção. “A eliminação de estratégias de controle de pragas de baixo custo com certeza recairá em forma de ônus ao produtor. Em média, o custo subiria para três sacas por hectare”. Três sacas por hectare significam um valor de US$ 273,6 milhões levando-se em consideração a previsão de 5,7 milhões de hectares e o preço médio de US$ 16 por saca para a safra mato-grossense de 2008/2009.

O presidente da Aprosoja/MT argumenta que a saída de genéricos do mercado vai concentrar a comercialização nas mãos de poucos, além de encarecer o preço dos alimentos no país. Significa que o Brasil será forçado a aumentar a importação de produtos. “Já temos hoje no país a oferta de fertilizantes restrita a grandes multinacionais. O setor não agüenta ter que bancar um custo maior na área de defensivos agrícolas por conta da concentração do mercado”.

Glauber pontua ainda ser mais prudente o governo investir no aumento da capacidade de fiscalização dos produtos ao invés de coibir o uso deles sem considerar os impactos para o setor produtivo. O presidente da Aprosoja/MT questiona a inoperância do governo ao permitir que alguns desses produtos fiquem por 10 a 20 anos no mercado para depois terem seus efeitos questionados.

Os estudos para reavaliar a autorização de comercialização e uso vêm sendo elaborados pelo Ibama e Anvisa, em parceria com a Fiocruz, e devem ser concluídos até julho. De acordo com os ministérios poderá haver reformulação e necessidade de inserção de recomendações de cuidados especiais para alguns produtos e a proibição de outros.





Fonte: Aprosoja

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