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Politica Brasil
Quarta - 04 de Março de 2009 às 14:19
Por: Gabriela Guerreiro

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O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) venceu nesta quarta-feira a queda-de-braço com a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) pela presidência da Comissão de Infraestrutura do Senado. Collor foi eleito com 13 votos contra dez recebidos por Ideli, numa disputa que dividiu aliados do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e o grupo de Ideli.

Renan conseguiu emplacar Collor na comissão depois que o PMDB prometeu o cargo ao PTB durante a campanha do senador José Sarney (PMDB-AP) à presidência do Senado. O líder do PMDB escalou aliados para integrar a comissão de última hora, com o objetivo de garantir votos para Collor. O líder peemedebista substituiu os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO) por aliados considerados mais "fiéis" ao peemedebista, como Wellington Salgado e Almeida Lima (PMDB-SE).

A eleição de Collor quebra uma tradição firmada no Senado para a divisão das presidências das comissões permanentes. Os partidos têm como hábito ceder os comandos das comissões aos partidos que reúnem as maiores bancadas da Casa. Os maiores vão escolhendo as comissões que lhe interessam, cumprindo a regra da proporcionalidade.

O PTB reconheceu que não tem tamanho para emplacar o presidente da comissão --mas cobrou a oferta de aliados de Sarney que, em troca do apoio dos petebistas à candidatura do PMDB para a presidência do Senado, ofereceram o comando de uma das comissões permanentes da Casa.

"O PMDB assumiu um compromisso com os quais não pode abrir mão. O nosso regimento fala em proporcionalidade apenas para os membros da comissão, mas não para esta disputa. O PMDB não tem como abrir mão de um compromisso previamente assumido", disse Renan.

Polêmica

Inicialmente, os petebistas cobravam a presidência da CRE (Comissão de Relações Exteriores), que será presidida pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Diante da disposição dos tucanos em derrubar, no voto, a escolha de Collor para o cargo, o PTB mudou o foco e escolheu a Comissão de Infraestrutura.

A mudança irritou os petistas, que esperavam emplacar Ideli no cargo para lhe conceder visibilidade diante da possibilidade dela disputar o governo de Santa Catarina em 2010 --uma vez que a Comissão de Infraestrutura tem poderes para analisar a maioria dos projetos governistas para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Mal-estar

A sessão que definiu a escolha de Collor foi marcada por bate-boca e troca de ofensas entre os aliados de Ideli e do petebista. Em seu discurso à comissão, Collor disse que tem o "maior respeito" por Ideli, a quem considera uma "senadora que congrega, reúne, cisca para dentro". As palavras de Collor provocaram um mal-estar entre os aliados de Ideli, que ficaram irritados com o fato do senador afirmar que a petista "cisca para dentro".

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) cobrou uma retratação de Collor ao afirmar "ciscar" não faz parte do "histórico" de Ideli --numa referência indireta ao ato praticado por aves.

Collor disse que não teve a intenção de ofendê-la, mas decidiu retirar a expressão para minimizar o mal estar na comissão.

Mercadante bateu boca com o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), que ficou irritado com o fato do petista ter se dirigido a ele como "você" --e não "Vossa Excelência", como é praxe da Casa.





Fonte: Folha Online

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