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Economia
Terça - 03 de Fevereiro de 2009 às 14:55
Por: Eduardo Cucolo

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A indústria brasileira fechou o mês de dezembro com os piores resultados dos últimos seis anos. De acordo a pesquisa mensal do setor realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), o emprego na indústria caiu 2,2% em relação a novembro e as horas trabalhadas na produção caíram 13,9%.

Esses são os piores números da série histórica da CNI, iniciada em 2003. Apesar da queda nesses indicadores, o faturamento da indústria caiu menos (-4,3%) em relação ao mês anterior (-12,8%) na mesma comparação. Os dados não levam em consideração a sazonalidade do período.

Nos dados com ajuste, as horas trabalhadas também apresentam o pior resultado da série (-8%). O emprego teve a segunda maior queda (-0,5%). Já o faturamento voltou a crescer (1,4%), após a queda registrada no mês anterior (-11,1%).

"A desaceleração está se dando de forma mais abrangente do que a gente imaginava", disse o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto.

Mais cedo, o IBGE divulgou os dados sobre a produção industrial, que teve em dezembro o pior resultado desde 1991.

A crise também levou a indústria a registrar o menor índice de capacidade instalada desde abril de 2006 (80,2%). Essa é uma das principais preocupações do Banco Central para reduzir cautelosamente os juros, pois o alto uso da capacidade indica a possibilidade de pressões inflacionárias.

"A política monetária está atrasada em relação a esse processo. O Banco Central está dançando em um ritmo diferente da nossa economia. É preciso um movimento mais ágil para evitar o agravamento desse quadro', disse o presidente da CNI.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, dois indicadores apresentam os piores resultados para meses de dezembro no governo Lula. O faturamento caiu 2% e as horas trabalhadas recuaram 4,6%. O emprego teve avanço de 1,9%, pior resultado desde dezembro de 2005.

Monteiro Neto disse que os dados de janeiro a março não devem vir tão ruins como no final do ano passado, mas prevê uma recuperação somente a partir de abril.

"Não estamos imaginando que esse tombo que tivemos no último trimestre do ano passado vá se repetir, mas ainda teremos no primeiro trimestre um processo de desaceleração, ainda que mais suave", afirmou.





Fonte: Folha Online

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